Jurídico

Ex-secretário reclama de apreensão de celular durante audiência

ex-secretário da Casa Civil de Mato Grosso, Paulo Taques, reclamou durante audiência de custódia realizada na sexta-feira (4), data em que ele foi preso por suspeita de prejudicar as investigações sobre o esquema de grampos no âmbito da Polícia Militar, da apreensão do celular dele, no momento da prisão.

Ele disse que na ordem que mandou prendê-lo não diz sobre a apreensão de objetos pessoais dele. "A única violação [durante a prisão] foi que ele [delegado] apreendeu o meu celular e ficou sob a custódia dele", afirmou.
Na audiência, a defesa de Paulo Taques pediu formalmente a devolução do celular, o arquivamento do inquérito que investiga o esquema e o relaxamento da prisão.

O advogado alega que o aparelho telefônico é usado por Paulo Taques, que é advogado, para contatos com os clientes, cujas conversas são sigilosas.
O juiz da 11ª Vara Criminal de Cuiabá Bruno D'Oliveira Marques, que conduziu a audiência disse, no entanto, que não poderia autorizar a devolução do aparelo porque não chegou até ele nenhum auto de apreensão.

Paulo Taques foi preso por determinação do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Orlando Perri, relator da comissão sobre o órgão, sobre a investigação dos grampos clandestinos.

No mandado de prisão, o desembargador afirma que, mesmo em liberdade, o ex-secretário "vem buscando, de todas as formas, interferir diretamente na apuração dos fatos, mediante a utilização dos meios de comunicação, sobretudo pelo forte prestígio que ainda possui perante a imprensa de uma forma geral, ou, quiçá, de espaços decorrentes de suas relações com o governo".

Paulo Taques, que é advogado, deixou o comando da Casa Civil em maio deste ano. À época, ele alegou que voltaria a se dedicar à advocacia e que reassumiria o papel de advogado pessoal de Pedro Taques, primo dele.

No entanto, conforme o magistrado, apesar de não exercer mais o cargo de secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques ainda tem grande prestígio no estado. "Paulo Taques goza de grande prestígio no âmbito do Poder Executivo estadual, não apenas pelo grau de parentesco mantido com o governador [primo], mas, também, por ter sido, durante anos, seu homem de confiança", diz, no mandado de prisão.

Além do ex-secretário, estão presos por envolvimento no esquema o coronel Zaqueu Barbosa, os coronéis Evandro Lesco e Ronelson Barros, ex-chefe e ex-adjunto da Casa Militar, e o cabo Gerson Correa Junior. Eles foram presos entre maio e junho deste ano.

 

Redação

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