Lidiane postou fotos ao lado da irmã e de uma amiga (Foto: Reprodução/Instagram:@lidiane_leite_)
A ex-prefeita de Bom Jardim (MA), Lidiane Leite da Silva, de 25 anos, voltou a aparecer nas redes sociais. Acusada de desviar verbas da educação, ela ficou conhecida como "Prefeita Ostentação" depois de postar fotos ostentando luxo na internet e ficar foragida 39 dias da Polícia Federal (PF).
Nas postagens, Lidiane aparece mais discreta, ao lado de parentes e amigos. Em uma das fotos, ela aproveita para fazer a propaganda de uma marca de calçados. "EU AMO AS CLÁUDIO CARVALHO! Meus pés exigem @claudio_carvalhoo eu adoro essa marca", diz.
O advogado de Lidiane, Sérgio Muniz, confirmou ao G1,na manhã desta segunda-feira (4), que o perfil pertence à ex-prefeita e que as imagens realmente foram postadas por ela. Segundo ele, Lidiane continua usando a tornozeleira eletrônica.
"Ela está com a tornozeleira sim. Mas, na decisão que a soltou não diz que ela tem que virar um ser antissocial, nem que tem que ficar com cabelos ou unhas sem tratamento. Ela tem a vida de uma pessoa comum com as limitações que a decisão lhe impõe", observa.
Para o advogado, não há nada de anormal nas postagens. "Ademais, o que tem demais nisso? Dividir com suas amigas e seguidoras do Instagram seus hábitos comuns em nada difere das ações de qualquer jovem da sua idade. É comum postagens do cotidiano nas redes sociais. Lidiane tinha um bom salário como prefeita e vivia em união estável com um homem rico. Tinha condições de se vestir bem e sair para restaurantes ou frequentar eventos sociais", explica.
Sobre a possibilidade da ex-prefeita voltar à gestão municipal, Sérgio Muniz informou que não existe nenhuma movimentação neste sentido.
Uso à internet
A decisão da Justiça Federal no Maranhão (JF-MA) que revoga a prisão preventiva Lidiane não faz qualquer menção ao uso de internet e redes sociais. A determinação prevê que a ex-prefeita seja monitorada por tornozeleira eletrônica; compareça mensalmente a juízo para justificar as atividades; seja proibida de frequentar a Prefeitura de Bom Jardim e só se ausente de São Luís mediante autorização judicial.
Denúncia do MPF
Lidiane Leite responde a processo criminal ajuizado pelo Ministério Público Federal (MPF) por desvio de verbas, fraude licitatória e associação criminosa durante gestão à frente da Prefeitura de Bom Jardim.
O G1 procurou o Ministério Público Federal (MPF) para saber como está o andamento do processo contra Lidiane Leite, mas a Assessoria de Comunicação informou que o órgão está em período de recesso e só retona às atividades no dia 7 de janeiro.
A defesa da ex-prefeita respondeu que ela ainda não foi oficialmente chamada. "A defesa soube pela imprensa que ela [Lidiane Leite] teria sido denunciada pelo MPF, contudo, ela ainda não foi chamada oficialmente para oferecer a defesa. Assim que for chamada, ela o fará com todos os meios e recursos garantidos em lei", disse o advogado Sérgio Muniz.
Falta em audiência
No dia 2 de dezembro de 2015, Lidiane e seus advogados faltaram a audiência referente a supostas contratações irregulares em 2013, marcada para ocorrer na sede da Justiça da Comarca de Bom Jardim.
Relembre o caso
Lidiane Leite foi presa no dia 28 de outubro, na sede da Polícia Federal, em São Luís, depois de passar 39 dias foragida após ter a prisão decretada pela PF por suspeita de irregularidades encontradas em contratos firmados com "empresas-fantasmas". Após 11 dias encarcerada, ela foi solta pela Justiça sob a condição de uso de uma tornozeleira eletrônica.
Atualmente com 25 anos, Lidiane foi eleita por acaso. Ela vendia leite para ajudar a mãe e mudou de vida quando começou um namoro com o fazendeiro e padrinho político, Beto Rocha.
Em 2012, Rocha foi candidato a prefeito, mas teve a candidatura impugnada pela Lei da Ficha Limpa e lançou a namorada pelo PRB. Lidiane foi eleita com 50,2% dos votos válidos (9.575), frente ao principal adversário, o médico Dr. Francisco (PMDB), que obteve 48,7% (9.289).
Após a eleição, Lidiane passou a ostentar uma vida de luxo na internet. "Eu compro é que eu quiser. Gasto sim com o que eu quero. Tô nem aí pra o que achem. Beijinho no ombro pros recalcados", comentou na internet. A conduta chamou a atenção do Ministério Público, que passou a apurar fraudes em licitações do município.
Beto Rocha chegou a ser preso pela "Operação Éden", da PF. Ele ocupava a função de secretário de Assunto Políticos na gestão de Lidiane. Também foi detido Antônio Cezarino, ex-secretário de Agricultura. Ambos foram soltos no dia 26 de setembro, por determinação do Poder Judiciário.
Fonte: G1