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Ex-mulher prometeu recompensa por assassinato de policial militar, segundo DHPP

A Polícia Civil concluiu o trabalho investigativo que apura a morte do policial militar aposentado, Noel Marques da Silva, 52 anos, e apontou que o crime teria sido encomendado pela ex-mulher do agente. A suspeita teria prometido uma recompensa financeira ao executor do crime. Os dois e a mãe da suposta mandante do assassinato foram alvos de mandados de prisão e seguem detidos.

O inquérito foi finalizado e remetido à 12ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá.

O homicídio do PM ocorreu em 22 de agosto de 2020. Noel estava na porta da casa de um familiar – onde estava morando provisoriamente depois da separação da ex-mulher–, no bairro Jardim Colorado, na Capital, quando foi surpreendido por dois criminosos armados. O agente foi alvejado diversas vezes na região da cabeça e não resistiu aos ferimentos.

Em março deste ano, o filho do militar, Noel Marques da Silva Júnior, de 33 anos, também foi morto, no bairro Novo Tempo. A vítima foi atingida por tiros quando estava na varanda de casa. Dois criminosos invadiram a casa, quando a vítima reagiu e entrou em luta corporal com os suspeitos, mas foi atingida pelos disparos da arma de fogo, vindo a óbito em seguida.

Informações apontaram que o investigado preso em junho deste ano, durante apurações sobre a morte do militar, estaria também ligado ao homicídio do filho do policial.

Durante a apuração inicial sobre o homicídio de Noel Marques, ainda no local de crime os policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) reuniram informações de que a morte teria sido planejada e encomendada pela viúva da vítima, assim como também se chegou à identidade de um dos executores.

No decorrer da investigação, diversas oitivas de testemunhas e familiares foram realizadas e o delegado reuniu informações de que a vítima e a ex-mulher viveram um relacionamento conturbado e marcado por traições públicas por parte da mulher, inclusive com postagens em redes sociais exibindo outros parceiros.

“Somando outros momentos da investigação, a viúva despontou então como mandante do crime e identificou-se o executor, conforme indícios produzidos no inquérito. A vítima chegou a comentar, conforme testemunhos, que a esposa lhe teria dito em algumas ocasiões que ‘ou ela o mataria ou o colocaria na cadeia’, explicou o delegado Caio Fernando.

Dois crimes, um mesmo executor

Um dos pontos da investigação da DHPP que corroboraram os indícios contra o executor do homicídio do policial militar foi a morte do filho da vítima, ocorrida em março, que, ao que tudo indica nas apurações, foi motivada pela cobrança feita por Noel Marques Filho pelo esclarecimento da morte do pai, que ia sempre à delegacia pedir para que o homicídio do militar fosse elucidado.

Com a prisão do homem investigado pela morte do filho do policial também reforçaram-se os indícios de que o primeiro homicídio foi praticado pelo mesmo executor. “Com isso, ele teve a  prisão temporária representada pelo homicídio do policial e a preventiva representada pelo delegado que presidiu as investigações do segundo homicídio”, esclareceu caio Fernando.

Totalmente despreocupada

Ao longo da investigação, a equipe de investigação da DHPP reuniu também informações contra a viúva e sua mãe, apontando o envolvimento de ambas na morte da vítima, inclusive de que o homicídio foi premeditado.

Os elementos colhidos mostraram uma personalidade fria e descomprometida da viúva, em diversos momentos após o homicídio do marido.

A investigação demonstrou que ela mantinha relações amorosas paralelas e após a morte, se apresentou totalmente despreocupada com a morte do marido, inclusive conversando com amantes e dizendo que no final do ano já não precisaria mais trabalhar e que ambos teriam vida fácil. Contudo, em contato com outras pessoas, ela fez o papel de viúva enlutada e injustiçada.

Em oitiva na DHPP, na ocasião de sua prisão, há menos de um mês, a viúva do policial negou veementemente conhecimento sobre quem atirou e o motivo da morte do marido e não demonstrou interesse sobre a quantidade de disparos, informação que sempre é de interesse de familiares de vítimas.

“A personalidade fria, descomprometida e de certa forma, sádica, foi demonstrada também na saída dela da delegacia no dia da sua prisão, quando se disse totalmente sem envolvimento no caso. Contudo, chega a fazer gesto de coração com a mão e mandar beijos para os repórteres que estavam acompanhando o caso. Tal gesto indo no caminho ao contrário de uma pessoa que seja inocente de uma acusação tão grave como essa”, disse o delegado.

Em relação ao executor do homicídio, a DHPP apurou ainda que ele faz parte de uma organização criminosa, fato que será encaminhado à delegacia competente para investigação. Assim como também ficou comprovado que outras pessoas ligadas aos três indiciados integram a mesma facção e estão envolvidas em crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico, o que será objeto de apuração pela unidade policial correspondente.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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