Na época, Cerveró foi o responsável pela elaboração de um resumo executivo que orientou o Conselho de Administação a aprovar a compra por unanimidade. No mês passado, quando foi revelado que a presidente Dilma Rousseff votou a favor do negócio, o Planalto emitiu nota dizendo que o parecer de Cerveró era "técnica e juridicamente falho" por omitir cláusulas lesivas do contrato que, se conhecidas à época, "seguramente não seriam aprovadas".
A compra da refinaria se tornou objeto de investigações do Tribunal de Contas da União (TCU), da Polícia Federal (PF), do Ministério Público Federal (MPF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) em razão de suspeitas de superfaturamento. Cerveró, que até o mês passado ocupava o cargo de diretor financeiro da BR Distribuidora, foi exonerado do cargo.
Nesta terça (15), em audiência na Câmara, a presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou que a compra de Pasadena "não foi um bom negócio" e atribuiu a Cerveró a elaboração do parecer criticado por Dilma. "Quem tem obrigação de leva-las é sim o diretor da área de internacional", disse.
No início da crise na Petrobras envolvendo o nome de Cerveró, os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Delcídio Amaral (PT-MS) chegaram a negar a indicação dele ao posto de direção na estatal.
Quando o negócio voltou à tona e pouco antes de ser demitido da BR, Cerveró estava em férias na Alemanha e segundo interlocutores ouvidos pelo Blog do Camarotti, disse que não ia "morrer sozinho". Na época em que deixou a Petrobras, em 2008, Cerveró foi elogiado pelo Conselho de Adminstração da Petrobras.
G1