O evento municipal do Podemos em Cuiabá reuniu figuras da oposição ao prefeito ao Emanuel Pinheiro (MDB), de vereadores ao chefe do Executivo do Estado. Foi o primeiro evento, no ano, partidário do governador Mauro Mendes (DEM), que usou o microfone para ressalvar sua gestão na capital (2013-2016) e fazer alusões à “ficha limpa” de seus ex-secretários, após fim do mandato.
“Nem eu e nem nenhum secretário da minha gestão ficamos implicado em crime de improbidade administrativa ou por qualquer outro que seja. Fizemos uma gestão de que nos orgulhamos”.
Mendes está dentre os democratas que tem feito resistência à aliança do DEM com o MDB de Emanuel Pinheiro. Ele defende candidatura própria e, no caso do plano A não vingar, de se aproximar de um nome alternativo ao do emedebista.
Ontem, ele voltou a usar fala de que ainda é cedo para definir como partido caminhará nas próximas eleições, ao ser questionado sobre a ligação com o Podemos, e também a permanência da distância do prefeito.
“O Podemos é um partido forte, tem muitas lideranças, é natural essas discussões. Tenho certeza que tem muitos quadros que podem ser apresentados a população,
melhor do que nós temos hoje”.
O deputado estadual Wilson Santos, que busca um nome do PSDB para concorrer à prefeitura, também esteve presente no evento. Ele está na ala do partido que não vê como salutar apoio a Emanuel Pinheiro em 2020. A disputa interna é feita com os vereadores Mário Nadaf, presidente do diretório municipal, e Renivaldo Nascimento.
O vereador Wilson Kero Kero, presidente do PSL em Cuiabá, também acompanhou a cerimônia junto com vice-presidente estadual da sigla, Silvio Fávero. O grupo que cresce desde a eleição passada quer consolidar nome para representa-lo. A oposição à gestão de Emanuel é a referência.
O evento anunciado como a acolhida da senadora Selma Arruda ao Podemos, acabou chamando a atenção pelo tom de críticas. O vice-prefeito Niuan Ribeiro, lançado pré-candidato a 2020, diz que Emanuel Pinheiro criou “cortina de fumaça” num “processo eleitoral antecipado”.
“Existe muita cortina de fumaça nesse ambiente todo. Tenho conversado com dirigentes [partidários] e a maioria diz que vai deixar para definir o caminho [de disputa eleitoral] lá frente. Acho que houve antecipação do processo eleitoral e muito devido ao que o prefeito falou de que já tinha 11 partidos em torno dele”.
Selma Arruda acompanhou o tom pediu que Niuan permaneça no cargo, mesmo após o rompimento político com Emanuel Pinheiro. “Apoio esta atitude do Niuan [de rompimento por falta de espaço na gestão] e acho que não é em um momento de crise que você tem que desembarcar e sair. Ele tem as atribuições como vice-prefeito e deve então permanecer. Se continua sintonizado politicamente ou não com o prefeito é outra coisa”.
