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Por G1
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação criminal contra a Uber por ter usado um software que ajudava motoristas a fugir de reguladores de transporte, informou a agência de notícias Reuters nesta quinta-feira (4).
O programa em questão é o “Greyball”, que identificava e contornar oficiais de governos em que a atividade da empresa não havia sido liberada ainda, como Oregon e Portland, nos EUA. O esquema foi revelado por uma reportagem do jornal “New York Times” em março.
Segundo a Reuters, que cita fontes próximas do assunto, não é claro qual crime federal o governo dos EUA está apurando.
De acordo com o Uber, que proibiu o programa, o "Greyball" era usado em cidades em que não estava proibido. O objetivo principal era proteger os motoristas de fraudes e garantir a segurança deles. Ou seja, mantê-los longe de concorrentes mal-intencionados que recorriam a smartphones para atrapalhar seu trabalho, em vez de solicitar viagens.
Na época a Uber afirmou ao G1, em nota, que o "programa nega solicitações de viagem a usuários fraudulentos que violem nossos termos de uso — sejam eles pessoas que têm a intenção de agredir fisicamente motoristas parceiros, concorrentes que buscam dificultar nossas operações ou oponentes que armam emboscadas secretas contra motoristas".
Em carta enviada às autoridades de Portland, que a tornaram pública, a equipe jurídica da Uber disse que a tecnologia do “Greyball” era usada “com extrema moderação” na cidade antes de a operação ser aprovada em 2015.
Como funcionava o Greyball?
A Uber descreveu o funcionamento do “Greyball” em março. O programa identificava alguns usuários, que passavam a ver uma versão diferente do app. Segundo a companhia, o software escondia a localização real de seus motoristas em várias circunstância, como na possibilidade de algum perigo físico ou no caso de testarem alguma nova ferramenta.
Ainda de acordo com a Uber, o “Greyball” fazia parte de um sistema maior, chamado de Serviço de Violações de Termos. Ele analisa cartões de crédito, identificação de smartphones, dados de localizações. Esses e outros fatores eram usados para averiguar se um pedido de corrido era legítimo.
O objetivo era evitar tentativas de fraude, como chamadas de corridas inexistentes, e para proteger os motoristas.
Só que, segundo reportagens da Reuteres e do “NYT”, o “Greyball” também era usado para identificar potenciais oficiais do governo que pedissem corridas para multar motoristas, apreender os carros e, assim, impedir a Uber de operar.