Política

“Eu ando por Cuiabá sem ser hostilizado”, diz Emanuel Pinheiro

Foto: Ahmad Jarrah

Filho da política. O candidato e deputado Emanuel Pinheiro (PMDB) carrega o mesmo nome do pai, político em Mato Grosso desde a década de 60. Com 28 anos de vida pública, o candidato foi um dos principais deputados a comprar a briga dos servidores do Estado no início deste ano pelo direito da RGA (Revisão Geral Anual), e ir contra o Governo do Estado.

Hoje, candidato pela primeira vez ao executivo municipal, recebe acusações por participar do mesmo partido do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), preso há um ano pela Operação Ararath, que investigava esquemas de lavagem de dinheiro, e com o nome citado em outras operações e processos. “Eu respondo pelos meus atos. Me chamo Emanuel Pinheiro, tenho CPF, RG e endereço próprio. Ninguém põe cabresto em Emanuel Pinheiro. Sou independente”, afirma.

No último dia 21, o candidato Wilson Santos (PSDB), em seu programa eleitoral na TV aberta, relacionou Emanuel e seu partido à corrupção. “O Wilson Santos falando em corrupção? Quase o fim do mundo! Não tem o que falar de mim, aí tem que usar um aliado, um membro do meu partido que está preso. Wilson também tem um membro do partido dele que está preso, que é amigo pessoal dele”, responde o candidato. O secretário a que Pinheiro se refere é Permínio Pinto (PSDB), ex-secretário Estadual de Educação, preso em julho deste ano.

Emanuel já foi secretário Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos, em 2005, na gestão Wilson Santos e deixou o secretariado por divergências políticas. Na última pesquisa do Gazeta Dados, divulgada dia 20 de setembro, o candidato Emanuel Pinheiro (PMDB) apareceu em empate técnico com o Procurador Mauro (Psol), com 25% e 24%, respectivamente.

“Não tenho medo do segundo turno. Eu tenho a população do meu lado. Não tenho máquina estadual me apoiando. Mas quem tem Deus em primeiro lugar e a população ao seu lado, nada teme. Respeito meus adversários, mantenho essa linha de respeito, de uma campanha propositiva e de alto nível”, conta.

A pesquisa ainda aponta que Pinheiro tem apenas 6% de rejeição do eleitorado. “Eu posso andar pelas ruas de Cuiabá sem ser hostilizado, sendo respeitado”, alfineta o candidato.

Isso porque, o mais rejeitado pelo eleitorado é o deputado Wilson Santos com 41%, seguido por Serys Slhessarenko com 10%, Renato Santana com 6% e Procurador Mauro e Julier Santana com 4%.

Dentre as promessas, o candidato afirma concluir as obras das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) dos bairros Verdão e Jardim Leblon, concluir o Novo Pronto-Socorro de Cuiabá, e dar continuidade ao programa de pavimentação asfáltica. Ainda diz que pressionará o governo para que as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) sejam retomadas.

Escândalos

O site da revista Veja noticiou no dia 12 de setembro um golpe que Emanuel teria dado em um empresário com esmeraldas falsas. Emanuel pediu emprestado ao empresário Salim, em 1991, o equivalente a R$ 71,900. Segundo a matéria, o candidato teria entregado um lote de 600 pedras de esmeraldas avaliados em R$ 22 mil e outros com pedras maiores, avaliado em R$ 30 mil para tentar saldar a dívida. Entretanto, as pedras seriam falsas.

“Essa é uma questão particular. Não tem nada de interesse público. Uma matéria requentada, notoriamente plantada pelos nossos adversários. O próprio empresário veio a público no facebook e acabou com essa história para o desespero dos meus adversários”, disse.

Pinheiro diz que jamais pensou que isso poderia vir à tona em sua campanha eleitoral. “Como não têm nada para falar de mim, pegam um assunto do século passado, de 1991, quando eu fui vítima de uma calúnia e provei na Justiça. Porque que a Veja não falou que na minha ação por danos morais, ele não conseguiu provar que minhas esmeraldas eram falsas?”, rebate.

O candidato recebe desde os 33 anos uma aposentadoria, em valores atuais, de R$25 mil do Fundo de Assistência Parlamentar (FAP). Os candidatos Serys e Wilson Santos dispensaram o benefício e apontam que, apesar de direito, é imoral o recebimento desse benefício. Para Emanuel, é apenas um direito.

“Eu estou sendo criticado porque cumpri a lei. O FAP já existia quando cheguei na Assembleia. Não foi eu que fiz a lei, é uma previdência parlamentar e eu paguei por isso. Eu contribui. Eu paguei por ele. Eu não ganhei de mão beijada, não desviei dinheiro para me favorecer, eu simplesmente cumpri a lei”.

Gestão Mauro Mendes

Nos bastidores, é falado em um possível apoio, ainda que velado, do prefeito Mauro Mendes (PSB) e da primeira dama Virginia Mendes, a Emanuel – que não confirma a informação, mas  elogia o modus operandi do atual gestor.

“Uma gestão que chega ao seu final bem avaliada. Toda gestão tem problemas, mas ele chega ao fim da sua gestão com mais pontos positivos que negativos. Chega com uma gestão bem avaliada, com uma casa bem arrumada, sem escândalos de corrupção. Sem denúncias graves”.

O que te credencia para ser prefeito de Cuiabá?

“Sou o candidato que tem a melhor articulação com o Governo Federal. Cuiabá tem de 3% a 5% do orçamento para investimento, o que é muito pouco para atender as demandas. Cuiabá precisa muito do Governo Federal e isso é histórico. Hoje tenho dois senadores que me apoiam, o ministro Blairo Maggi (PMDB), quatro dos oito deputados federais, e tem o Presidente da República que é do meu partido. Então é mais um crédito que temos. Nunca fui prefeito de Cuiabá, não vivo por aí a pedir desculpas para a população e nem sou aventureiro. Eu preciso de oportunidade – depois de estar mais maduro, experiente e com uma vida limpa, e com propostas concretas possíveis de serem cumpridas, eu coloco sobre julgamento da população o meu credenciamento para poder ser prefeito da minha cidade, e poder ser o líder do destino de 700 mil pessoas no momento simbólico e histórico que é a Cuiabá dos 300 anos”.

Leia mais na edição 602 do jornal impresso

Cintia Borges

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