Por Lucas Bellinello
A pesquisa realizada pela Fiocruz e UFMG mostra dados alarmantes sobre a saúde dessas crianças
Estudos realizados pela Fiocruz em colaboração com a UFMG e a University College London trouxe à tona preocupantes descobertas sobre a saúde das crianças brasileiras. O estudo, realizado ao longo de 13 anos, entre 2001 e 2014, analisou mais de 5 milhões de crianças, revelando uma tendência alarmante de aumento da estatura e da obesidade infantil.
Os resultados apontam que, em média, as crianças aumentaram 1 cm em estatura durante o período de estudo. No entanto, o problema da obesidade se agravou, com um aumento de cerca de 3% nos índices de obesidade entre os grupos analisados.
Publicado na revista The Lancet Regional Health – America, o estudo ressalta que, assim como em muitos outros países, o Brasil está longe de atingir a meta estabelecida pela OMS de conter a epidemia de obesidade infantil até 2030.
As mais de 5,7 milhões de crianças analisadas, com idades entre 3 e 10 anos, foram acompanhadas até 2014. O estudo se valeu de dados de três sistemas administrativos: o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, o Sinasc (Sistema de Informação de Nascidos Vivos) e o Sisvan (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional), o que proporcionou uma ampla gama de informações para análise.
A avaliação da obesidade, baseada no Índice de Massa Corporal (IMC) das crianças, revelou um aumento de mais de 2% na faixa etária de 5 a 10 anos.
Entre os meninos, o índice de obesidade saltou de 11% para 13,8%, enquanto entre as meninas, subiu de 9,1% para 11,2%.
Esses números são um alerta para a necessidade urgente de ações voltadas para a promoção de hábitos saudáveis e prevenção da obesidade infantil no país.