Os primeiros resultados das urnas serão divulgados em 2 de julho. A Comissão Eleitoral Independente pretende anunciar o nome do novo presidente em 22 de julho, se a gestão das denúncias não atrasar o processo.
Neste sábado, milhares de afegãos também protestaram em Cabul, carregando cartazes com dizeres como "Defenderemos nosso voto até a última gota de sangue". Eles não se apresentam como partidários de Abdullah e tinham três reivindicações: afastar os que organizaram a fraude, criar uma comissão apoiada pela comunidade internacional para tratar este problema e invalidar os votos fraudulentos.
Estas eleições são muito importantes, depois de mais de 12 anos de presidência de Hamid Karzai, que dirigiu o país desde a queda dos talibãs, em 2001. Soma-se o fato de as tropas da Otan planejarem deixar o Afeganistão até o fim do ano.Este contexto preocupa a comunidade internacional, principalmente devido ao aumento de tensão entre os partidários dos dois rivais: Abdullah Abdullah, com 45% dos votos, e Ashraf Ghani (31,6%).
Neste sábado, em uma coletiva de imprensa em Cabul, o chefe adjunto da missão das Nações Unidas no Afeganistão, Nicholas Haysom, afirmou que o "fato de expressar sua preocupação é um direito perfeitamente democrático", mas advertiu que uma explosão de violência pode "provocar uma espiral de instabilidade".
Voto fraudulento
Abdullah anunciou nesta semana que boicotava a comissão eleitoral independente e que está disposto a rejeitar qualquer resultado anunciado por este organismo, por suspeitas de que houve fraude contra ele.
Abdullah considera muito alto o número de 7 milhões de eleitores no segundo turno de um total de 13,5 milhões de inscritos, anunciado pela comissão eleitoral independente, e o considera uma prova de que ocorreram votos fraudulentos.
Seus partidários acusam Ghani e o presidente Karzai da situação atual. Ghani nega as acusações e as considera uma falta de respeito com seus eleitores.Karzai se mostrou conciliador e na sexta-feira se posicionou pela primeira vez para aprovar uma mediação da ONU proposta por Abdullah para encontrar uma solução para a crise.
G1