Cidades

Estudantes da UFMT se mobilizam contra violência no campus

Foto Elizabeth Ohton

Na manhã desta quarta-feira (27) alunas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) organizaram o “Ato das Mulheres: Chega de estupro na UFMT”, para cobrar da universidade políticas públicas para mulheres. A ação reuniu cerca de 20 pessoas, distribuiu 100 zines e protocolou documento com as demandas das estudantes.

O ato foi dividido em duas partes, primeiro a concentração em frente a Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PRAE), às 9h, para abertura de processo administrativo com as exigências do coletivo. E às 11h, performance e distribuição de zines informativos sobre a violência no campus, em frente ao Restaurante Universitário.

“É uma questão sobre a permanência das estudantes dentro da universidade, sobre a ausência de creches, de uma estrutura e postura da universidade que combata a violência. O assédio causa medo, atrapalha os estudos, faz com que a gente saia da universidade”, declarou Giulia Medeiros, estudante.

No processo, as estudantes pedem creches universitárias, melhores condições de trabalho para funcionárias terceirizadas, mais iluminação pelo campus, ônibus ligeirão no período noturno, mais seguranças mulheres, que a UFMT realize campanha contra o assédio e distribua cartilhas construídas pelo movimento de mulheres. E, principalmente, a criação de um Centro de Referência para acolhimento psicológico, jurídico e pedagógico às vítimas de violência, assédio sexual, racismo e lgbtfobia.

“Acontece isso cotidianamente, mas nós não sabemos o que fazer e recentemente com a proposta das meninas da UFRJ para uma mobilização nacional, nós resolvemos nos unir e realizar uma ação para exigir que a universidade se responsabilize. Não adianta tratar os casos como isolados, individuais. Prende o cara, coloca no hospital psiquiátrico, não adianta”, expôs Giulia.

Giulia explica que a criação desse centro significaria um compromisso da universidade com o fim da violência, já que atualmente as estudantes não sabem ao certo onde recorrer nestes casos. E mesmo quando sabem, não há um tratamento especializado e a contabilização destas ocorrências, já que casos de violência são rotineiros não só na UFMT, mas em todas as universidades do Brasil. 

Bruna Gomes

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