Escultura da Mônica com coelho Sansão com cabeça parcialmente quebrada e orelha solta; peça foi inaugurada no sábado (17) em praça da Zona Sul de São Paulo (Foto: Márcio Pinho/G1)
Uma estátua da Mônica e do coelho Sansão, personagens do cartunista Maurício de Sousa, foi alvo de vandalismo na tarde de domingo (18), um dia após ser inaugurada em uma praça na Zona Sul de São Paulo. A cabeça do coelho foi parcialmente quebrada, e uma das orelhas ficou pendurada e presa apenas por uma barra de ferro que faz parte da escultura.
Uma sacola plástica foi colocada para chamar a atenção de crianças e evitar que se machuquem.
A estátua da Mônica com o Sansão foi inaugurada no sábado (17) na Praça do Jardim Miriam, também conhecida como Praça Bel Fernando da Rocha, junto à Avenida Cupecê. Lá, foram criadas uma gibiteca da Turma da Mônica e esculturas de vários personagens, entre eles Cascão, Magali e Cebolinha.
A revitalização com os personagens dos quadrinhos custou R$ 50 mil à Prefeitura de São Paulo e teve como objetivo oferecer um serviço para as crianças do bairro e ainda deixar a praça mais agradável – antes, o local era conhecido como um depósito de entulho.
O cartunista Maurício de Souza precisou dar seu aval para o uso dos personagens na praça. A alegria do bairro durou pouco, no entanto. Após um sábado com crianças tirando “selfies” a todo instante, a escultura apareceu quebrada na tarde de domingo (18).
Nesta segunda (19), o artista plástico responsável pelo projeto, Gláucio San, lamentava o estrago. Mostrando marcas escuras na escultura, ele diz que sua criação foi alvo de chutes e descarta que uma criança possa causado o problema ao sentar na estátua. “A estrutura é de cimento, com barras de ferro. Pesa cerca de 300 kg”, diz.
Ele também chamou a atitude de “maldade e ignorância”. “Pra que descontar a raiva em um brinquedo inofensivo que alegra as crianças?”, disse.
San e outros frequentadores do espaço culpam participantes de uma “feira do rolo” realizada todos os domingos pela manhã como causadores do problema.
Subprefeitura
O subprefeito de Cidade Ademar em exercício, Cícero Farias, afirma que negocia com a Polícia Militar um aumento do policiamento na praça e também uma presença maior da Guarda Civil Metropolitana (GCM) durante eventos no espaço. Mesmo assim, ele afirma que a GCM esteve presente na manhã de domingo na praça, e que o ato de vandalismo ocorreu após a saída dos guardas.
Farias disse ainda que a administração municipal já está providenciando o conserto. A área foi interditada, e a reconstituição da peça deverá durar até dois dias.
Enquanto isso não acontece, a comunidade, que já tentava voltar a frequentar a praça, terá de esperar e tentar manter a esperança de um espaço de lazer viável no local. “Essa região aqui não tem muito jeito, mas espero que dê certo. Achei bonito o jeito que a praça ficou. Mas precisa de guarda o tempo todo”, afirma o aposentado Antonio Sobrinho, de 70 anos, sentado calmamente na manhã desta segunda ao lado da escultura do personagem Cascão.
Outros casos
Não foi a primeira vez que uma escultura da Mônica foi alvo de vandalismo em São Paulo. Em 2013, 50 esculturas foram espalhadas por vias da capital paulista para celebrar os 50 anos da personagem. Uma escultura, produzida pelo artista Lobo, foi colocada na Rua Oscar Freire, nos Jardins, e desapareceu. Ela foi encontrada dias depois com arranhões em uma rua de terra em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Outra escultura, colocada na mesma época na Rua Bela Cintra também em comemoração aos 50 anos da personagem ficou sem o coelho Sansão.
Fonte: G1