Um esquema criminoso especializado em fraudes na portabilidade de salários foi desmantelado pela Operação Falso 9, uma força-tarefa conjunta da Polícia Civil nos estados de Mato Grosso, Paraná e Rondônia. Ao todo, foram cumpridos 33 mandados judiciais – sendo 22 de busca e apreensão e outros 11 de prisão (preventiva ou temporária). Jogadores de futebol e uma instituição financeira foram alvos dos criminosos.
A operação, que contou com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, foi realizada nos municípios de Almirante Tamandaré (PR), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Lábrea (AM) e Porto Velho (RO).
Na capital mato-grossense, duas ordens judiciais, sendo um mandado de prisão e um de busca e apreensão, contra um alvo de 28 anos, foram cumpridas pelos policiais a Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes, em uma residência no bairro São Sebastião. No local, foram apreendidos aparelhos celulares, máquinas de cartão de crédito, além de uma caixa com grande quantidade de dinheiro em espécie.
O valor apreendido ainda está sendo contabilizado, mas é possível que ultrapasse R$ 400 mil. A investigação teve início em janeiro deste ano, após o setor de prevenção à fraude de uma instituição financeira identificar irregularidades em operações de portabilidade salarial de atletas.
Os criminosos abriam contas bancárias com documentos falsos e dados de jogadores de futebol. Pouco tempo depois, solicitavam a portabilidade do salário do verdadeiro titular dos dados para a conta fraudulenta. Assim que os valores eram recebidos, os golpistas transferiam o dinheiro para outras instituições financeiras, compravam produtos e serviços ou faziam saques em caixas eletrônicos, dificultando o rastreamento e a recuperação dos valores.
O montante total desviado ultrapassa R$ 1 milhão, dos quais R$ 135 mil foram recuperados e bloqueados preventivamente.
Após a detecção da fraude, a instituição financeira corrigiu imediatamente a vulnerabilidade e ressarciu as vítimas, que não tinham conhecimento do golpe, e identificaram, ainda, que, entre os criminosos beneficiários identificados, estão pessoas jurídicas com sede em Cuiabá (MT) e Porto Velho (RO), além de indivíduos, que receberam, juntos, mais de R$ 287 mil.