Foi grande a repercussão que o alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado no final de outubro, provocou em todo o mundo: as carnes processadas e as carnes vermelhas podem aumentar os riscos do aparecimento de câncer de intestino, especialmente se a quantidade diária for superior a 50 gramas.
Apesar de não ser nenhuma novidade para os médicos, que já alertavam sobre os riscos de uma alimentação rica em gordura animal e pobre em fibras, os índices da doença ainda assustam.
Com uma estimativa de 32 mil novos casos no país, sendo 140 deles somente em Mato Grosso, o câncer de intestino é silencioso e assintomático. Ainda de acordo com os dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), 43% dos casos da doença podem levar à morte, número considerado bastante alto pelo presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva em Mato Grosso (Sobed-MT) e diretor técnico do Centro de Endoscopia Cuiabá (CEC), Roberto Barreto.
“E como o paciente muitas vezes não tem indícios da doença, ela passa despercebida, resultando em um câncer agressivo e mais difícil de ser tratado”. O médico explica que a razão disso, é que antes de se tornar um câncer de fato, a doença surge como um pólipo intestinal, uma espécie de lesão benigna, que deve ser retirado para evitar seu crescimento e degeneração.
Os pólipos são formações que pode ser encontradas sob a mucosa do intestino, especialmente a partir dos 50 anos de idade. Seu crescimento é lento, pode levar aproximadamente 10 anos para degenerar-se em um câncer. Alguns históricos de predisposição ao câncer de cólon ou a formação de pólipos são fatores de risco que levam à necessidade de retirada desse material.
Mas a tecnologia também é grande aliada quando o assunto é prevenção e diagnóstico. O exame indicado para qualquer suspeita relacionada à doença é a colonoscopia. O procedimento permite a visualização completa do intestino grosso e do reto, diagnosticando possíveis tumores, sejam eles benignos ou malignos.
Um estudo realizado por pesquisadores do Massachusetts General Hospital Gastrointestinal Unit revelou que a realização da colonoscopia a cada 10 anos a partir dos 50 anos de idade pode reduzir em até 40% o risco de desenvolvimento do câncer. Tal eficácia tornou o procedimento mais acessível e simplificado.
“Com o procedimento, nós conseguimos identificar pólipos e retirá-los no ato do exame, evitando assim a degeneração posterior. Atualmente o diagnóstico tem se tornado mais preciso graças à colonoscópios de altíssima definição (HD+) e com a magnificação de imagens (zoom óptico de 135 vezes)”, explicou o especialista, Roberto Barreto.
PROCEDIMENTO
O exame é realizado via retal, com o paciente sedado e dura, em média, de 20 minutos à uma hora. Um aparelho de fibra ótica permite a visualização completa do reto e do cólon. Essa visualização ocorre através de uma câmera inserida na extremidade do colonoscópio, cuja imagem é enviada para um monitor, permitindo assim, a análise simultânea do interior do cólon.
POSSÍVEIS SINTOMAS
Alguns sintomas podem ajudar a identificar o câncer colorretal, tais como:
-Mudança no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre);
-Desconforto abdominal com gases ou cólicas;
-Sangramento nas fezes;
-Sangramento anal;
-Sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação.
(Assessoria)