A Espanha iniciou nesta sexta-feira uma operação antiterrorismo na Catalunha para capturar um suspeito militante islâmico que atropelou uma multidão com uma van em Barcelona, deixando 13 mortos, em um ataque que autoridades relacionaram com outro incidente em Cambrils, também na Catalunha, que deixou mais um morto.
O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque letal em Las Ramblas, a avenida turística mais famosa de Barcelona. Cerca de 130 pessoas ficaram feridas e o número de mortos ainda pode aumentar.
As primeiras hipóteses da investigação indicam que uma célula extremista de cerca de oito pessoas conduziu os ataques com veículos, depois que não conseguiu realizar seu plano inicial de usar bombas, disse nesta sexta-feira uma fonte judicial.
Enquanto realizavam buscas pelo motorista da van, que fugiu a pé, agentes de segurança evitaram outro ataque na região costeira de Cambrils, na província de Tarragona, ao atirar contra cinco supostos agressores que atropelaram diversas pessoas ferindo seis civis e um policial.
Os suspeitos abatidos vestiam coletes explosivos falsos, informou nesta sexta-feira o líder da região da Catalunha, Carles Puigdemont, em uma entrevista à rádio RAC1.
A polícia disse que os ataques em Barcelona e Cambrils se relacionam com uma explosão ocorrida na madrugada de quinta-feira em uma casa de Alcanar, em Tarragona, onde se deteve uma pessoa na sequência de outras duas prisões em Ripoll, Girona.
Uma fonte da polícia explicou que a explosão, que matou uma pessoa e deixou vários feridos, aconteceu devido à manipulação de botijões de gás butano, aparentemente para preparar material explosivo.
"Pode muito bem ser que quisessem utilizar os botijões para o atentado de Barcelona", disse o secretário de Interior catalão, Joaquim Form.
A polícia informou ter prendido dois homens, um marroquino e outro proveniente de Melilla, um enclave espanhol na África, mas que nenhum é o motorista da van. Um terceiro homem foi preso na cidade de Ripoll nesta sexta-feira por ter relação com o ataque.
Ainda não está claro quantas pessoas se envolveram no ataque de Barcelona e nos outros incidentes ocorridos na quinta-feira.
Testemunhas do ataque com a van disseram que o veículo branco avançou a toda velocidade fazendo zigue-zague por Las Ramblas, atropelando pedestres e ciclistas e deixando corpos estirados no chão.
Os feridos e mortos provinham de 24 países diferentes, incluindo França, Alemanha, Paquistão e Filipinas, disse o governo catalão nesta sexta-feira em um comunicado. Meios de comunicação espanhóis noticiaram que há várias crianças entre as vítimas fatais.
A agência de notícias do Estado Islâmico, a Amaq, disse que "os autores do atentado de Barcelona são soldados do Estado Islâmico e realizaram a operação em resposta aos chamados para atacar os Estados da coalizão", uma referência às forças que os Estados Unidos lideram contra o grupo.
A Espanha mantém várias centenas de soldados no Iraque, e estes preparam as forças locais para a luta contra o Estado Islâmico, mas não participam de operações terrestres. Não foi possível confirmar a reivindicação imediatamente.