Cidades

Escritório de arquitetura une praticidade e beleza

Para Thaissa Teles, a criação de um projeto é bem parecida com uma técnica de design de moda chamada “moulage”. Na moda, esta prática é uma maneira tridimensional de costurar uma roupa. A construção do vestuário é feita diretamente no corpo da cliente, possibilitando visualizar claramente o resultado antes da finalização e realizar mudanças maiores que a modelagem plana, que é unidimensional. Thaissa leva esse conceito para o escritório Vicenzza, e aposta em uma abordagem mais didática com o cliente, que possibilite, da mesma forma que com o moulage, a visualização da obra ainda na etapa de criação do projeto.

Formada em 2008 pela Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) em Arquitetura e Urbanismo, Thaissa observou durante sua carreira uma falha no atendimento dos escritórios e resolveu nortear sua empresa para preencher essa lacuna. A empresa é especializada em projetos, abrangendo projetos de interior, arquitetônico, elétrico, hidráulico, estrutural e a parte de engenharia de segurança do trabalho. 

O mote da empresária foi perceber que na maioria das vezes os clientes se sentiam perdidos em meio à linguagem técnica dos arquitetos e não compreendiam os projetos enquanto estavam no papel, se surpreendendo quando viam a construção sendo feita. 

Muitas vezes o individuo entrava na obra enquanto ainda estava em andamento e dizia “não entendi que essa parede era aqui” ou “é assim que a fachada está no projeto?”. Naquele momento, a relação entre o cliente e o construtor acabava se tornando ainda mais difícil, e tudo por um problema de comunicação entre o arquiteto e o cliente em um primeiro momento. Com esta situação em mente, Thaissa tornou a etapa de criação de projetos a especialidade de seu escritório.

“Nosso diferencial é uma abordagem mais didática, então conseguimos atender o cliente na linguagem dele, dentro das especificações do projeto. Programas originais outros escritório podem adquirir, mas um atendimento mais humanista, que compreende a peculiaridade de cada cliente é o forte dentro da empresa”, explica.

Nessa mesma linha, a intenção do escritório é compreender o universo particular de cada pessoa e orientá-la na construção de uma obra que transmita essas especificidades. Thaissa desacredita de tendências estéticas na arquitetura e aposta nos gostos e necessidades de cada cliente para a criação de projetos.

“Sempre avaliamos o gosto do cliente, consideramos que a tendência é o que a pessoa precisa. Não existe dentro da arquitetura um estilo que podemos considerar feio. Se o cliente te procura e quer uma casa moderna, não adianta oferecer a ele um produto mais rústico. Para cada obra podemos utilizar uma composição de referências arquitetônicas. Se você for projetar a obra de um hospital, por exemplo, você pode se inspirar no Lelé, o arquiteto brasileiro que criou a rede Sara Kubitschek de hospitais. Se for uma obra mais high tech, no Santiago Calatrava ou Zaha Hadid. Se formos falar de obras modernas, Corbusier, Mies van der Rohe e assim por diante”, declara Thaissa.

Thaissa explica que a arquitetura é ao mesmo tempo uma expressão artística e um recurso funcional, pois é preciso construir um projeto que leve em conta ventilação, ergonomia, conforto, entre outras variáveis. No entanto, isso deve ser feito através de cores, formas e texturas, sem deixar de lado a beleza e a expressão pessoal de cada cliente.

Gestão de projetos

Além da criação de projetos, o escritório também orienta na etapa de gestão de obras, ou seja, auxilia o cliente na compra e escolha de materiais, na composição do serviço e na averiguação da execução dessa obra. Esta etapa pode apresentar problemas específicos e atua basicamente como ponte entre o cliente e o construtor.

Dessa forma o escritório abrange todas as etapas na realização de uma obra. A função do arquiteto na gestão de obras é fazer com que a construção seja mantida como no projeto, tanto a parte física – formato, cores e tamanhos –, como o custo e o prazo. Detalhes que geram muitas desavenças entre o proprietário e construtor, já que para acompanhar e garantir a realização correta de uma obra é preciso gerir profissionais que têm formações e práticas diversas, cumprir um cronograma de construção e previsão financeira, e muitas vezes lidar com fornecedores não tão comprometidos com prazos.

Vicenzza

A empresa existe na cidade de Sinop desde 2010 e tem como público, principalmente, obras residenciais de padrão médio a alto, mas também trabalha com obras institucionais, comerciais e algumas industriais. Recebe cerca de vinte projetos por mês, com preços variáveis de acordo com a complexidade de cada obra, custando entre R$ 40 e R$ 120 por metro quadrado.

Relativamente nova no mercado, com seis anos de existência, a equipe é composta por funcionários jovens e o foco da empresa é a manutenção de pessoal para que cresçam dentro e junto com o empreendimento. 

“Alguns que foram estagiários hoje são arquitetos, engenheiros dentro da empresa e alguns até têm uma pequena parcela de sociedade. A ideia é que o escritório vá formando uma equipe sólida com o passar do tempo e que possa ganhar corpo e se especializar cada vez mais no ramo de projetos”, declara Thaissa.

Para Thaisa Teles, antes de qualquer coisa, a função do arquiteto é gerar bem-estar na vida das pessoas por meio de seus projetos. Projetar um ambiente que una a beleza da arte com a funcionalidade para a rotina prática da vida.

Bruna Gomes

About Author

Você também pode se interessar

Cidades

Fifa confirma e Valcke não vem ao Brasil no dia 12

 Na visita, Valcke iria a três estádios da Copa: Arena Pernambuco, na segunda-feira, Estádio Nacional Mané Garrincha, na terça, e
Cidades

Brasileiros usam 15 bi de sacolas plásticas por ano

Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.