O pantanal, maior planície alagada do planeta, tem sofrido com a falta de chuva. A situação, que vem acontecendo desde 2019, trouxe inúmeras consequências ao bioma e animais que acabam morrendo com a escassez da água.
Rodrigo Marques, professor doutor de Climatologia do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), explicou que há anos o pantanal é a região com menos precipitação no estado.
"A distribuição das chuvas do Mato Grosso diminui o volume de norte para o sul. Então os maiores volumes anuais de chuva estão localizadas mais ao norte, por influência dos sistemas de chuva que atuam na região amazônica e os menores ficam ao sul, na região pantaneira. Sendo assim, essa área, pela posição geográfica, não recebe toda a umidade que chega no norte do estado", explicou.
Segundo o professor, desde 2019 tem chovido menos que o esperado e as consequências foram comprovadas em 2020, quando cerca de 30% do bioma no estado foi devastado pelo fogo que consumiu 2 milhões de hectares na planície alagada.
Ainda em fase de recuperação, o pantanal ainda sofre as consequências da escassez de chuva. No sábado (19), a reportagem esteve na estrada Transpantaneira e constatou a morte de vários animais no local que é conhecido pela farturas de espécies, suas dezenas de pontes que atravessam córregos e pequenos correntes que drenam a água algada na região.
O desmatamento e queimadas são importantes fatores que contribuem para a mortandade de animais.
"Cada ano que passa destroem a vegetação nativa e isso diminui a recarga dos aquíferos e da água no subsolo. Com o calor, evapora mais água para a atmosfera do que o que é reposto, assim, a tendência é ficar cada vez mais seco. Com o desmatamento da floresta, menos umidade vai para a atmosfera e com menos umidade as chuvas tendem a diminuir", pontuou o professor.
Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia, nesta semana o bioma terá um alívio, há previsão de chuva, a partir desta segunda-feira a umidade do ar chegará a 80%.