Das 143 pessoas assassinadas durante a crise de segurança no Espírito Santo, 87% morreram por arma de fogo. Os dados foram captados entre os dias 4 e 13 de fevereiro, com base em informações do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes). Neste mesmo período, em 2016, foram registradas 38 mortes.
(Correção: o G1 errou ao informar que 95% das mortes foram por arma de fogo. A porcentagem correta é 87%. A informação fo corrigida às 22h54)
O governo do Espírito Santo divulgou pela primeira vez, na noite desta terça-feira (14), que houve 143 homicídios do dia 4 ao dia 13 de fevereiro de 2017. O Sindicato dos Policiais Civis informa que, até as 17h desta quarta-feira, foram 154.
Entre as vítimas por bala de fogo, 52% tem entre 15 e 29 anos. Desse grupo, 38% é formado por negros ou pardos. Na Serra, onde houve 32 assassinatos, 31 foram por arma de fogo.
Em contrapartida, do número total de homicídios, apenas nove foram por arma branca, o que representa 6%.
Mais mortes
Durante os sete dias em que a PM não saiu às ruas no Espírito Santo, foram registradas mais mortes violentas que em todo o mês de fevereiro do ano passado. Apenas de 4 a 10 de fevereiro, foram 127 assassinatos, segundo o último levantamento divulgado pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol-ES). No mês inteiro, em 2016, foram 122 mortes de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
Seis de fevereiro foi o dia mais violento no estado. O Espírito Santo teve 40 homicídios em um único dia, segundo levantamento do Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol-ES). No dia 6 de fevereiro do ano passado, foram registrados apenas 3 mortes, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do estado (Sesp).
Motivo da crise
O Espírito Santo ficou sem polícia militar nas ruas por sete dias por causa do protesto de familiares na porta de batalhões. O policial militar não pode fazer greve porque é proibido pela constituição. Nas ocupações, as mulheres sempre alegam que são elas que estão no comando da paralisação. Mas, para as autoridades, essa é uma tentativa de encobrir o que, supostamente, seria um motim dos PMs.
Fonte: G1