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“Era uma Vez em Nova York” traz Marion Cotillard como imigrante explorada

 
Como drama de época, Gray (que assina novamente o roteiro com Ric Menello) conta a história de Ewa Cybulska (Cotillard), imigrante que chega a Nova York, em 1921, ao lado de sua irmã Magda (Angela Sarafyan).
 
Barradas ainda na ilha Ellis, a primeira por uma confusão qualquer no navio, a segunda por estar enferma, poderão ser enviadas de volta à Polônia de onde fugiram.
 
O desespero de Ewa, já separada de sua irmã doente, apenas diminui quando o gentil Bruno Weiss (Phoenix) lhe assegura que poderá, sim, entrar no país aos seus cuidados e, após juntar algum dinheiro, resgatar Magda. Apesar das suspeitas e desconforto, Ewa aceita a ajuda.
 
Logo ela percebe que Bruno é um cafetão, que ganha a vida com um grupo de prostitutas em bares mal frequentados da cidade. Sem outra opção (os tios que a receberiam chamam a polícia ao vê-la), Ewa acaba sendo obrigada ao trabalho junto às outras mulheres, apesar da revolta interna e sonhos de fuga.
 
Será em um desses bares que conhecerá o mágico Emil (Renner), primo de Bruno, formando uma espécie de triângulo amoroso ao qual Ewa se mostra completamente resistente. Mas é na relação com esses dois homens que Gray mostra toda a profundidade de sua personagem (como o fez em "Amantes") e, com isso, o fabuloso trabalho de Cotillard, numa espiral de sofrimento, mas antes de tudo, escolhas.
 
Com um excepcional trabalho de figurino e ambientação, em especial na suja Nova York do início do século 20, com destaque para o trabalho do diretor de fotografia Darius Khondji ("Amor", de Michael Haneke), "Era uma Vez em Nova York" é prova do talento de James Gray, tal como o do seu trio de atores, que encarnam as angústias de seus sofridos personagens.
 
UOL

Redação

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