Suspeito de envolvimento em um esquema que entregaria 84 aparelhos celulares na Penitenciária Central do Estado (PCE), localizada em Cuiabá-MT, o líder de uma facção criminosa Paulo César Silva, conhecido como Petróleo, foi encontrado morto em uma das celas do complexo prisional na madrugada deste domingo (27). O homem foi enforcado com um lençol.
Segundo informações da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT), os detentos da cela 21, do Raio 5 da unidade [onde ficam os presos de maior periculosidade] chamaram os agentes prisionais por volta de 5h30.
No local, Paulo César foi encontrado pendurado, com um lençol amarrado ao pescoço. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e constatou o óbito de Petróleo. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), onde passará por exames de necropsia.
Profissionais da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foram até o complexo carcerário para realizar os trabalhos de apuração e coleta de provas para elucidar o caso, que será investigado pela Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Operação Assepsia
O flagrante ocorreu no dia 6 de junho, quando um homem chegou a PCE e disse que entregaria um freezer na unidade. Na oportunidade, o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso informou que, ao ser questionado sobre a nota fiscal do aparelho, o entregador disse que não a teria e saiu do local rapidamente, deixando somente o eletrodoméstico na frente do complexo.
Desconfiados da ação, os agentes conseguiram identificar um compartimento falso na porta do aparelho, onde estavam escondidos telefones, fones de ouvidos, chips e carregadores.
Equipes da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) estiveram na PCE e verificaram que não havia nenhum registro de entrada, ou mesmo informações acerca da entrega do referido eletrodoméstico, o que fez aumentar as suspeitas quanto à participação da administração do complexo prisional no caso.
As investigações comprovaram também que, duas horas antes do freezer ser apreendido, os diretores do presídio Revétrio Francisco da Costa e Reginaldo Alves dos Santos e os militares Cleber de Souza Ferreira, Ricardo de Souza de Oliveira e Denizel Moreira dos Santos Júnior participaram de uma longa reunião a portas fechadas com Petróleo, na sala da direção.