Nacional

‘Envolve muita dor’, diz mãe de menina com doença rara no RS

 
A enfermidade é caracterizada por grande sensibilidade da pele. Devido à falta de adesão entre as células da epiderme, qualquer toque ou traumatismo ainda que leve pode levar à formação de bolhas e ao descolamento da pele. As feridas causam dor e sofrimento. A doença ainda não tem cura, mas existe a possibilidade de tratamento. Para isso, a família iniciou uma campanha para tentar arrecadar R$ 3,5 milhões. 
 
No ano passado, a doença tornou-se nacionalmente conhecida após um episódio polêmico envolvendo a família da coreógrafa Deborah Colker. Ela enfrentou transtornos e constrangimento para embarcar em um voo porque o neto, de três anos, tem a doença. A aeronave só decolou depois que um médico da Infraero atestou que epidermólise bolhosa não é contagiosa.O pai de Raíssa, Jonas Siqueira da Silva, também de 34 anos, trabalha com vendas de produtos, como cosméticos. Ele dedica-se integralmente ao cotidiano da filha, que exige atenção e cuidados permanentes. 
 
A menina ainda usa fraldas, porque ir ao banheiro é uma experiência dolorosa. Eventualmente sente desconforto para comer, já que a doença afeta também o esôfago, o que faz com que a paciente tenha dificuldade para engolir os alimentos. Além disso, a gaze comum não pode ser usada como curativo nas feridas, porque, ao ser removida, pode grudar e machucar ainda mais a pele. Há pouco tempo ela caiu um tombo no chão, em uma brincadeira de criança. Não foi grave, mas ela ficou lesionada, ficou em carne viva, saiu toda a pele. É muito raro ela se bater em algo, por exemplo, e não se machucar, descreve a mãe. Os ferimentos costumam aparecer no pescoço, pernas, braços, barriga e costas da menina.
 
Sem remédio para a doença, o importante é prevenir traumas. Mensalmente, a mãe leva a filha para consultas em Porto Alegre, a cerca de 500 quilômetros de casa. Com frequência, visita pediatras e um gastroenterologista. Há cerca de três meses, iniciou um tratamento psicológico. Vou com ela a psicóloga uma vez por semana. Nem sempre dá para levá-la. Às vezes ela está ruinzinha, sem vontade. Mas tem sido bom, conta a mãe.Uma esperança é um tratamento experimental realizado pela Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos. O procedimento estimula por meio de células-tronco a produção de colágeno, deficiente nos pacientes com a doença. No entanto, para viabilizar o tratamento, a família precisa reunir U$$ 1,5 milhão, valor que em moeda brasileira chega a cerca de R$ 3,5 milhões.
 
Apesar do alto custo, os pais têm muita esperança. Com apoio de amigos, decidiram criar uma campanha, com o foco na internet e nas redes sociais, nomeada de Para Poder Abraçar. Um vídeo produzido pelo grupo que auxilia o casal chegou a 43 mil visualizações no Youtube. A página no Facebook já ganhou mais de 36 mil curtidas.
 
No site (clique aqui), há informações de como ajudar a menina com doações ou com a compra de produtos. Camisetas e livros podem ser adquiridos por valores que variam entre R$ 25 e R$ 35. Os recursos serão revertidos para custear o tratamento médico da menina.A gente ainda não tem metade do dinheiro. Estamos beirando os R$ 700 mil. A campanha deu uma parada por causa da Copa, mas agora estamos retomando. Seguimos com o mesmo objetivo e temos esperança, revela a mulher.Em breve, quando completar cinco anos, a menina deve começar a frequentar a escola. O objetivo dos pais é realizar a matrícula em um colégio particular de São Luiza Gonzaga. Estou tentando uma bolsa de estudos. Provavelmente, será meio período. Ela é uma criança muito sociável e quer muito estudar, diz a mãe.
 
G1

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus