O vazio sanitário da soja começou em Mato Grosso na quinta-feira (15) e segue até 15 de setembro. Durante este período, é proibida a presença de plantas vivas de soja no estado.
“Temos que lembrar que a ferrugem asiática é a principal doença da soja e o vazio sanitário trouxe segurança para que não haja soja guaxa, contribuindo para o manejo e eficiência das moléculas que estão disponíveis no mercado para controle químico”, afirma Endrigo Dalcin, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).
O gerente da comissão de Defesa Agrícola, Thiago Moreira, explica que o período é uma ferramenta de controle cultural contra o fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da a ferrugem asiática.
“O manejo da ferrugem passa pela integração de três táticas agronômicas: genética, química e cultural. O vazio sanitário de 90 dias, como medida de controle cultural, reduz a pressão da doença para a próxima safra”, afirma.
Neste ano, a campanha sobre o vazio sanitário é atrelada à campanha antirresistência. A ação é uma realização da Aprosoja e da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) e tem como apoiadores o Fungicide Resistance Action Committee (FRAC), o Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas (Irac, na sigla em inglês) e a Associação Brasileira de Ação à Resistência de Plantas Daninhas aos Herbicidas (HRAC).
“O objetivo é alertar os produtores sobre a importância do manejo antirresistência, ou seja, integrar as três medidas de controle, vazio sanitário, genético e químicos”, explica o gerente. Para o presidente Endrigo Dalcin, a parceria mostra que, mais uma vez, o agricultor precisa reforçar o vazio sanitário e fazer o dever de casa.
Thiago Moreira também reforça que deve ser uma escolha do agricultor implementar as medidas de manejo de pragas, doenças e ervas, atendendo às legislações específicas e protegendo a sustentabilidade do negócio.
A Instrução Normativa 02/2015, publicada de forma conjunta pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT), calendariza o cultivo de soja no estado.
Além do vazio sanitário, o agricultor também precisa estar atento ao período da janela de semeadura, que é de 16 de setembro a 31 de dezembro, e ao período de colheita, que pode ser realizada até o dia 5 de maio.
Caso os produtores não respeitem o período, podem ser autuados e/ou multados. A multa para quem descumprir a medida é de 30 UPFs (Unidade Padrão Fiscal) mais 2 UPFs para cada hectare com soja guaxa.
Com Assessoria