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Entenda o BRT: como será o sistema e o andamento das obras

O Sistema BRT (Bus Rapid Transit) está em implantação em Cuiabá e Várzea Grande com o objetivo de oferecer um transporte coletivo mais rápido, seguro e eficiente para a população. O projeto prevê corredores exclusivos para ônibus com alta capacidade de passageiros, estações modernas, integração com outros modais e melhorias urbanas ao longo do trajeto, como a construção de um parque linear e a requalificação de calçadas.

O que é o Sistema BRT?

O BRT (Bus Rapid Transit) é um sistema de transporte coletivo projetado para oferecer deslocamentos rápidos, seguros e eficientes para um grande número de passageiros. Embora seja popularmente associado apenas a corredores exclusivos para ônibus, o BRT vai além disso.

O modelo integra uma série de elementos que aumentam a eficiência e a qualidade do serviço: estações modernas, acessíveis e climatizadas, plataformas em nível para embarque rápido, veículos de grande capacidade, bilhetagem antecipada – passagens cobradas nas estações, antes de entrar nos ônibus – e controle inteligente do tráfego, que prioriza a passagem dos ônibus nos cruzamentos.

Outra característica do BRT é a operação planejada com horários regulares e intervalos curtos, o que reduz o tempo de espera e melhora a previsibilidade das viagens. O sistema de informação comunica aos usuários o horário das próximas viagens. As faixas exclusivas garantem velocidade média mais alta que a do transporte convencional, enquanto a integração com outras linhas amplia o alcance do sistema.

O BRT em Cuiabá e Várzea Grande

O projeto do BRT em Cuiabá e Várzea Grande prevê a implantação de dois corredores. O primeiro liga o novo Terminal de Várzea Grande (atrás do aeroporto) até o Terminal do CPA, saindo da Avenida João Ponce de Arruda, passando pela Avenida da FEB, atravessando o Rio Cuiabá e chegando às avenidas Tenente-Coronel Duarte e XV de Novembro. Depois, o trajeto segue pela Prainha/Avenida do CPA até o novo terminal, localizado próximo ao Comando Geral da PM.

O segundo ramal sai do Terminal do Coxipó, próximo ao viaduto do Parque Cuiabá, e seguirá pela Avenida Fernando Corrêa da Costa, passando pela Avenida Coronel Escolástico até chegar ao centro de Cuiabá.

Haverá ainda cinco linhas de ônibus dentro do Sistema. Duas linhas são chamadas de paradoras, percorrendo cada um dos corredores do início ao fim e parando em todas as estações. As outras três linhas serão expressas, ou seja sairão de cada um dos terminais em direção ao centro de Cuiabá, com um número menor de paradas ao longo do caminho.

Requalificação urbana

O projeto prevê outras melhorias urbanas, tanto na drenagem de águas pluviais, quanto em novas calçadas. Outro importante ponto do projeto é a implantação do Parque Linear da Avenida Historiador Rubens de Mendonça.

O parque terá início no cruzamento da Avenida Historiador Rubens de Mendonça com a rua Osório Duque Estrada, onde fica localizado o Hospital Ortopédico, e seguirá até o Terminal do CPA, em frente ao Comando Geral da PM, totalizando 6,2 km de extensão.

O Parque Linear será um espaço próprio para a prática de atividades físicas e de lazer. Ele terá ciclovia e pista de caminhada, além da instalação de outros equipamentos esportivos, promovendo uma integração entre o corredor de transporte e o tecido urbano.

As travessias de pedestres foram tratadas com pequenas praças urbanas, dotadas de alguns serviços. Em seu trajeto também serão plantadas árvores de espécies do cerrado, adaptadas às condições climáticas locais.

O que já foi feito

As obras do BRT foram licitadas pela Sinfra-MT em 2022. O consórcio Construtor BRT foi contratado para executar todo o empreendimento, incluindo a implantação dos dois corredores, construções de estações e terminais, em um valor de R$ 468 milhões. No entanto, a não execução das obras dentro dos prazos estabelecidos levou à rescisão do contrato no início de 2025.

Este Consórcio implantou as pistas de concreto no município de Várzea Grande, fez obras em calçadas e também alguns trechos da iluminação pública. Um acordo extrajudicial firmado junto ao Consórcio, estabeleceu que eles iriam terminar todas as frentes que estavam abertas. 

Isso significa que o antigo Consórcio é responsável por terminar as obras dos corredores no trecho entre o CREA e a Defensoria Pública, assim como o trecho entre o Viaduto da Sefaz e o Hospital do Câncer, com prazo atual estabelecido para o dia 02 de outubro, o que inclui eventuais correções de trechos já executados.

Com a rescisão do contrato, ficou estabelecido que novas empresas seriam contratadas para finalizar as obras, divididas em lotes. Para o primeiro lote, que compreende a conclusão das obras dos corredores no trecho entre o CPA e Várzea Grande foi contratado o Consórcio Integra BRT.

O que está em andamento

O Consórcio Construtor BRT trabalha para finalizar as correções no asfalto, calçadas, drenagem e sinalização no trecho que está sob sua responsabilidade, principalmente entre o Viaduto da Sefaz e o Hospital do Câncer.

Já o Consórcio Integra BRT trabalha neste momento na Praça Ulisses Guimarães, que receberá uma série de intervenções como parte do Parque Linear, e no trecho que fica entre a praça e o edifício Queen Elizabeth. A empresa também iniciou os trabalhos na Avenida XV de Novembro e na Prainha, próximo ao colégio São Gonçalo.

O que ainda vai ser feito

A Sinfra-MT está com o processo de licitação aberto para construir os terminais do BRT no corredor entre Várzea Grande e o CPA. Outros lotes ainda serão licitados, para concluir as obras. Isso inclui o corredor da Avenida Fernando Corrêa, a construção dos terminais, do Centro de Comando e Operações, instalação das estações do BRT, sistema de inteligência e sinalização.

Com Assessoria

Lucas Bellinello

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