Cidades

Entenda como vão ficar as escolas estaduais após a reorganização

Após o anúncio da reorganização de escolas pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, muitos alunos, pais, professores e funcionários estão com dúvidas. Com a reformulação, que tem causado polêmica e provocado diversos protestos pelo Estado, as unidades serão agrupadas por ciclos a partir de 2016. O iG respondeu a algumas questões para que você entenda como irão funcionar essas mudanças.

Por que o governo decidiu fazer essa alteração?

A mudança tem um cunho pedagógico. De acordo com a Secretaria, as escolas que apresentam ciclo de aprendizagem dividido por série e idade apresentam melhores resultados – elas têm desempenho 10% superior na comparação com aquelas que têm vários segmentos. O governo também utilizou como base o levantamento realizado pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), que apontou uma queda de 1,3% ao ano da população em idade escolar no Estado de SP. Entre 1998 e 2015, a rede estadual de ensino perdeu aproximadamente 2 milhões de alunos, fato ligado à queda da taxa de natalidade e a migração de estudantes para a rede particular.

A partir da nova medida, como as escolas ficarão divididas?

As unidades serão divididas em turmas dos Anos Iniciais, que englobam alunos do 1º ao 5º ano, Anos Finais, com estudantes do 6º ao 9 ano, e o Ensino Médio. Segundo o dirigente de ensino da região Sul de SP, Sandoval Cavalcante, algumas escolas terão tanto alunos dos Anos Finais quanto do Ensino Médio. “Isso porque, basicamente, eles estão em faixas etárias muito próximas. Mas estamos mesmo querendo evitar que tenham escolas com os três segmentos”, afirma.

Todas as escolas serão reorganizadas?

Não. Devido às diferenças demográficas, algumas regiões que possuem unidades de mais de um segmento não se enquadram na medida estabelecida pela Secretaria – essa que propõe que o aluno deve ser realocado para uma escola a 1,5 km de sua casa –, então não é possível reorganizar todas as instituições estaduais.

Quantos alunos e professores serão afetados?

Aproximadamente 311 mil alunos do Estado, ou seja, 20% do total de 3,8 milhões, serão impactados pela reorganização das escolas. A mudança também atinge 74 mil docentes. “Nenhum professor ficará sem dar aula, nenhum aluno ficará sem vaga e nenhum servidor ficará sem seu posto de trabalho”, garante Cavalcante.

Por que 94 escolas serão “fechadas”?

De acordo com a pasta, de 5.147 escolas existentes no Estado, 94 não irão mais funcionar, mas serão disponibilizadas ainda no meio educacional e devem servir como creches, escolas de tempo integral, Etecs ou Fatecs.

Quantas unidades de ciclo único serão criadas?

Serão 754 escolas novas focadas em apenas uma única faixa etária. Assim, 2.197 unidades em todo o Estado – 43% do total – passarão a funcionar neste modelo a partir de 2016.

Passarão a existir quantas escolas dos Anos Iniciais, Finais e Ensino Médio?

Serão 54 novas unidades do 1º ao 5º ano (832 no total), mais 360 do 6º ao 9º ano (566 ao todo) e outras 340 do Ensino Médio (799 no total). A secretaria diz que, com a diminuição de escolas dos três segmentos – serão 164 unidades a menos –, serão reabertas 2.956 salas ociosas.

O que vai acontecer com os pais que têm mais de um filho na escola em anos diferentes?

Segundo o dirigente Cavalcante, será analisado caso a caso. “Todas essas situações pontuais serão analisadas conforme forem aparecendo. A intenção não é prejudicar a comunidade, mas sim melhorar a qualidade de ensino e o aprendizado dos alunos”, explica.

A nova medida se aplicará para alunos deficientes?
Sim. Esses estudantes serão realocados para escolas que já possuem condições de acessibilidade.

Os pais poderão escolher uma nova escola para o filho?

Sim. A partir de 16 de novembro estará aberto o período de inscrição por transferência. Os pais poderão escolher algumas opções de unidades que seus filhos poderão ser matriculados. Os estudantes que serão transferidos precisarão ser matriculados em escolas do mesmo bairro, que ficam a 1,5 km de suas casas.

Fonte: iG

Redação

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