O programa Arena da Educação, lançado no primeiro semestre deste ano, busca unir a formação de ensinos fundamental e médio à formação de atletas. Inspirado no Ginásio Experimental Olímpico do Rio de Janeiro, o programa é voltado a alunos com aptidão para o esporte que recebem incentivos e estrutura para que desenvolvam suas habilidades em diversas modalidades olímpicas.
São 261 estudantes matriculados no piloto do Arena da Educação. Dez camarotes do estádio Arena Pantanal, em Cuiabá, foram transformados em salas de aula. O projeto pedagógico está dividido em duas linhas: em um turno, os estudantes têm aulas regulares e, em outro, podem se dedicar a outras atividades oferecidas.
Para o ensino fundamental são ofertadas aulas de basquete, atletismo, skate, tênis de mesa e xadrez e, para o ensino médio, futsal. Os alunos de ambos os níveis de ensino podem também praticar luta olímpica, judô, natação e vôlei de areia.
Conforme o secretário Marco Marrafon, os estudantes têm, além das disciplinas regulares como português, matemática, ciências e língua estrangeira, aulas de reforço e o incentivo – um tronco comum relacionado ao esporte, como, por exemplo, musculação e natação comum a todos, e rotina de treinos e atividades específicas vocacionadas ao esporte da preferência do aluno.
Marrafon diz ainda que o projeto será implantado gradativamente. Neste primeiro momento, a unidade escolar funciona para estudantes do terceiro ciclo do ensino fundamental (7º, 8º e 9º anos), e três turmas para o primeiro ano do ensino médio.
A superintendente de Educação Básica da Seduc, Mirta Grisel Garcia de Kehler, afirma que conjunção de aulas em disciplinas convencionais ao esporte não reduz a carga horária. No plano pedagógico ficou estabelecido que o ensino médio tenha carga horária de nove horas, enquanto o fundamental, de oito horas.
“As práticas esportivas também terão turnos diferenciados. Ofertaremos 10 modalidades, e algumas delas devem ser ofertadas à comunidade. Estamos correndo contra o tempo para que a escola esteja em funcionamento já no dia 13 de março, assim como as demais unidades do Estado”.
De acordo com Marrafon, além de desenvolvimento de um novo molde de ensino, o Arena da Educação dá utilidade ao estádio construído para receber jogos da Copa do Mundo de 2014 e cujo custo ficou em R$ 600 milhões.
“O custo da escola é muito baixo, é o custo de uma escola normal. A estrutura física da Arena custou pouco mais de R$ 20 mil, a parte de mobiliário, mas o restante é padrão de escola normal porque o espaço já existia. O custo vai ser em torno de R$ 15 mil, R$ 10 mil (ao mês)”.
A Seduc afirma que o modelo do programa deverá ser adaptado para a instalação em outros municípios de Mato Grosso.
Concurso abre 5,7 mil vagas na educação
A Seduc lançou neste mês concurso público com a oferta total de 5.748 vagas, para todos os níveis de formação. São 2.617 vagas para professor de nível superior para educação básica, 355 para técnico administrativo (nível médio) e 2.776 para apoio administrativo (nível fundamental).
Para o cargo de professor, a carga horária definida será de 30 horas semanais, atendendo pedido do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Mato Grosso (Sintep-MT).
Segundo Marco Marrafon, a realização do concurso público faz parte do Pró-Escolas, programa que abrange o desenvolvimento de ações nas áreas de ensino, estrutura e inovação, com foco na qualidade do ensino e combate à evasão escolar.
“As transformações que visam à melhoria dos índices educacionais exigem a composição de um quadro fixo de docentes e consequente redução da alta rotatividade de professores contratados. A Seduc busca, desta forma, fortalecer e valorizar a formação continuada dos educadores e atender às demandas da comunidade escolar com mais eficiência”, disse Marrafon.
Conforme o secretário, a expectativa é de dar início à nomeação dos aprovados ainda no decorrer deste ano.
Hoje, a Seduc tem 40 mil servidores, sendo que 22,9 mil são professores. Destes, 9.231 são efetivos e 13.733 contratados.
Conforme a Seduc, será o primeiro concurso público no Brasil com quatro fases eliminatórias para professores da educação básica. Em uma delas, o candidato terá que preparar e ministrar uma aula perante uma banca de examinadores.
As provas serão aplicadas em setembro deste ano, pelo Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC), nos 15 municípios-polo de Mato Grosso: Alta Floresta, Barra do Garças, Cáceres, Confresa, Cuiabá, Diamantino, Juara, Juína, Matupá, Pontes e Lacerda, Primavera do Leste, Rondonópolis, São Félix do Araguaia, Sinop e Tangará da Serra, em locais que serão divulgados em breve.
Para concorrer às vagas para professor, o candidato deve ser licenciado em língua portuguesa, inglesa e espanhola, em artes, educação física, geografia, história, sociologia, filosofia, ciências, matemática, biologia, química, física ou unidocência (global).
Os interessados em disputar pelo cargo de TAE precisam ter nível médio de escolaridade. Já os que pleiteiam uma vaga no cargo de AAE devem ter cursado o ensino fundamental completo.
O salário para professor é R$ 3.640,34 (30 horas semanais). Para cargos de técnico administrativo educacional (TAE) e apoio administrativo educacional (AAE), os valores iniciais são de R$ 1.456,11 e R$ 1.167,12, respectivamente. Os salários constam no edital, com base no último mês de maio.
Secretaria lança edital para reforma e construção de oito escolas
A Seduc lançou na segunda-feira (24) oito licitações para construção e reforma de escolas estaduais. As sessões de entrega de propostas estão agendadas entre os dias 28 de julho e 14 de agosto, na sede da secretaria, em Cuiabá, e empresas de todo o país podem participar.
Entre as construções previstas, está o Centro Integrado Escola-Comunidade (Ciec) do bairro Pedra 90, em Cuiabá, cuja sessão está marcada para 8 de agosto. Segundo a Seduc, a obra está orçada em R$ 13 milhões, a unidade funcionará no modelo militar Tiradentes.
A conforme a Seduc, a obra tem como base o conceito da sustentabilidade e aproveitamento total das áreas e espaços comuns, de forma a facilitar, otimizar e reforçar a utilização dos ambientes escolares pela comunidade.
A Seduc planeja a construção de 15 Ciecs até 2018, cinco deles previstos para este ano. A expectativa é de que mais três processos licitatórios sejam abertos nos próximos dois meses.
As unidades deste modelo contarão com 18 salas de aula, capacidade para atender até 540 estudantes por turno, e infraestrutura inteligente, que privilegiará a economia de água e energia por meio de sistemas de reutilização de águas pluviais, placas solares e iluminação de LED.
Outras duas licitações estão abertas para obras em Cuiabá, que correspondem às reformas gerais das escolas Benedito de Carvalho e Newton Alfredo Aguiar, orçadas em R$ 6,9 milhões; e a reforma geral da cobertura da sede da Seduc, com custo de R$ 403 mil. Os demais processos se referem a construções e reformas em Várzea Grande, Sorriso, Barra do Bugres, Jaciara e Juscimeira.
Até o final de 2018, a Seduc deverá entregar 15 Ciecs, 35 novas escolas, 20 quadras poliesportivas e 70 reformas, totalizando 140 obras. Para isso, a secretaria conta com orçamento de R$ 180 milhões para este ano e mais R$ 180 milhões para 2018, um recorde histórico no estado.
