O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforçou nesta terça-feira, 25, sua defesa da exploração de petróleo na Margem Equatorial. Para ele, o Brasil não pode deixar de produzir combustíveis fósseis.
“Petróleo não é questão de oferta, mas de demanda. Enquanto o mundo demandar petróleo, teremos que ter oferta”, disse Silveira.
O ministro repetiu seu argumento de que os recursos do petróleo precisam financiar a transição energética.
A defesa é a de que o Brasil não pode “pagar mais caro” nesse processo.
Ele declarou ainda que o Ministério de Minas e Energia (MME) vai apresentar ao Congresso reforma do setor elétrico brasileiro, que estava sendo aguardada para 2024.
O ministro também citou a possibilidade de fazer um “leilão de transição energética” para contratação de térmicas a biocombustível, a etanol.
O leilão de reserva de capacidade já incluiu biocombustíveis.
Parque térmico
Silveira disse ainda que o Brasil precisa dobrar o seu parque térmico até 2034, ao falar da necessidade de fontes com segurança operativa.
Para o leilão de reserva de capacidade previsto para junho, o governo vetou térmicas que utilizam como combustível carvão mineral, óleo diesel ou óleo combustível.
Haverá a contratação de empreendimentos de geração termoelétrica a gás natural e a biocombustíveis. “É a térmica que segura nosso sistema nos momentos de pico (de demanda)”, disse Silveira, na CEO Conference 2025, organizada pelo BTG Pactual.
O ministro afirmou que a perspectiva para leilão de reserva de capacidade é boa, com “muita participação”. “Já temos cadastrados 327 projetos, claro, é um cadastramento. Termina-se nos leilões com 40% a 50% disso, porque tem que ter garantia do gás e uma série de exigências. São mais de 70 GW”, disse Silveira.
Segundo ele, possíveis rotas com a Argentina para escoamento de gás natural estão sendo estudadas.
Ele declarou que já houve assinatura de acordo com o governo do país vizinho para a importação, pelo Brasil, de gás produzido por meio fraturamento hidráulico (fracking).
Uma das vias em estudo é um duto que liga a Argentina até a termelétrica de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. O problema é a limitação na infraestrutura. Seria necessário um gasoduto de aproximadamente 594 quilômetros para poder ligar essa oferta da Argentina.