Opinião

ENERGIA EM SILÊNCIO

Nem bem entrou, janeiro já se foi! Em tempos de “modernidade líquida”, o mês pretérito deixou mais marcas na vida social, envolta na lógica de consumo e artificialidade. No que diz respeito aos povos indígenas, a demarcação de terras continua a ser o ponto principal de cizânia entre governo federal, indígenas e organizações não governamentais, apontada também como um estorvo ao término do Programa de Aceleração do Crescimento.

Sem falar na temerária proposta de alteração na legislação da demarcação de terras indígenas, a refrear direitos territoriais dos índios sobre suas terras, inclusive consentindo a revisão de processos já homologados de terras. Essa proposta foi duramente repelida por organizações como Greenpeace, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Central Única dos Trabalhadores, Movimento Nacional de Direitos Humanos, Associação Brasileira de ONGs, dentre outras.

Mas janeiro não foi de todo árido para os povos indígenas. Há de se considerar, por exemplo, o início do plantio de 1 milhão de árvores em áreas próximas às cabeceiras do rio Xingu, uma iniciativa do Rock in Rio que conta com o Amazônia Live, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, o Instituto Socioambiental, o Rede de Sementes do Xingu, dentre outras parcerias. A proposta é plantar a maior quantidade de árvores possível em uma das áreas que mais perdeu a cobertura vegetal no Brasil: as florestas.

Também faz bem lembrar a demarcação da Terra Indígena Pindoty/Araçá-Mirim, efetuada pela Fundação Nacional do Índio, no Vale do Ribeira, em São Paulo, destinada ao povo Guarani Mbya. Outra ação positiva para os povos indígenas, e para a humanidade como um todo, consiste no projeto de geração de energia solar – energia limpa – para aldeias do Território Indígena do Xingu. 

Que 2017, regido pelo Galo de acordo com o horóscopo chinês, e por Saturno no horóscopo ocidental, de mãos com a ciência e com o modo maripuara de ser, trate da complexidade e dos desafios da era atual com mais justiça e menos desigualdade.

Anna Maria Ribeiro Costa

About Author

Anna é doutora em História, etnógrafa e filatelista e semanalmente escreve a coluna Terra Brasilis no Circuito Mato Grosso.

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