Cidades

Empresas criam produtos menores para ‘driblar’ alta de preços ao consumidor

Encher o carrinho de compras sem extrapolar o orçamento se tornou uma missão complicada para grande parte das famílias. No entanto, além dos preços elevados dos produtos nas gôndolas e prateleiras, os consumidores agora também têm que lidar com outro empecilho: a reduflação. O fenômeno crescente nos últimos anos consiste na diminuição da quantidade de um determinado item em embalagens menores com a manutenção dos valores antigos na nota fiscal, em especial produtos de limpeza, papel higiênico, bebidas, achocolatados, entre outros.

A estratégia adotada por boa parte das marcas parece não afetar o bolso no primeiro momento. A diferença só é percebida, em muitos casos, no decorrer do mês, quando o consumidor sente que o dinheiro gasto é insuficiente para suprir as necessidades em um determinado período de tempo. A técnica de enfermagem Rosa Borges e a autônoma Miriam Oliveira já estão atentas à prática e definiram estratégias para reduzir as perdas sem comprometer as finanças.

“Infelizmente, não há para onde correr. O jeito é pesquisar e fazer compras por atacado, o que reduz a ida aos supermercados e as despesas de maneira considerável”, comenta Miriam. Para que o padrão de vida e o estilo de consumo não tenha alterações bruscas, Rosa destaca que a saída é optar por produtos de marcas não tão famosas. “Além dos preços mais atrativos, em muitos casos, a qualidade é bem similar em relação aos mais conhecidos. Pode ser uma solução”.

Os maiores “vilões”

De acordo com estudo da consultoria Horus, o sabão em pó foi o produto vendido em supermercado que mais sofreu reduflação em 2023 no comparativo com o mesmo período de 2022. No período, a embalagem do item foi reduzida em quase 10% (de aproximadamente 1,1kg para 1kg), enquanto o preço subiu de R$ 15,31 para R$ 19,18 (20%). O levantamento foi feito entre janeiro e agosto deste ano.

Ainda segundo os responsáveis pela pesquisa, a reduflação não representa economia para o consumidor, pode levar ao aumento das visitas ao supermercado em função na necessidade de reposição daquele produto que acabou antes do previsto. “Essa tendência é um dos fatores que pode explicar o crescimento de 4,3 pontos percentuais em importância das compras de emergência”, diz a consultoria.

Refil é alternativa econômica

Quem vai ao supermercado com frequência certamente já notou o aumento da oferta de produtos vendidos em refil. O modelo, na visão do gerente da rede de supermercados Dia Dia, Darci Pytlak, ajuda as empresas a economizarem gastos com embalagens e o próprio consumidor, que tem a oportunidade de adquirir a mesma quantidade de um item por um preço mais em conta. A novidade também é uma opção mais sustentável.

“Isso acontece com diversos produtos como leite em pó, sabonetes e, principalmente, produtos de limpeza. A diferença de preços entre o produto em pacotes plásticos e recipientes com borrifadores chega a ser quase o dobro”.

Para o supermercadista, a reduflação não tem tantos impactos porque as empresas do setor repassam as variações de preço para o consumidor na ponta. “Contudo, procuramos, hoje, ter estoques menores para otimizar o resultado das vendas”.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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