Empresários do ramo da construção civil são alvos da 4ª fase da Operação Sodoma deflagrada na manhã desta segunda-feira em Cuiabá pela Delegacia Fazendária (Defaz). Durante as diligências foram levados coercitivamente para a delegacia os dois membros da família Malouf e um sócio da empresa Todimo, rede de lojas de materiais de construção em Mato Grosso.
José Mikael Malouf e Marcelo Malouf chegaram à Defaz agora pela amanhã acompanhados de seus advogados, mas não falaram com a imprensa. Além deles,o sócio diretor da Todimo, Ademir Beraldi, foi levado para a delegacia. Informações preliminares são de que os três prestam esclarecimentos aos investigadores.
Diversos mandados de busca, apreensão e condução coercitiva estão sendo cumpridos em pontos de Cuiabá (MT) na manhã desta segunda-feira (26). O foco da Operação Sodoma 4 é o desvio de dinheiro público realizado através de uma das três desapropriações milionárias pagas pelo governo Silval Barbosa durante o ano de 2014. Os trabalhos de investigações iniciaram há mais de um ano. O desvio envolveria um montante superior a R$ 30 milhões.
Desse total, cerca 50%- R$ 15,857 milhões- teriam retornado para um grupo de fraudes por meio da empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de presidida por Filinto Muller.
O ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, preso no Centro de Custódia de Cuiabá, teve uma quarta prisão preventiva decretada e cumprida, além do ex-secretário Marcel De Cursi, Arnaldo Alves, Silvio César Correia Araújo e o empresário V.P.
Também foram conduzidos coercitivamente V.P.J., Eronir Alexandre, Marcelo Malouf, José Mikael Malouf, Willian Soares Teixeira, além do cumprimento de buscas e apreensão em residências e empresas dos investigados.
Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, procurador de Estado aposentado, foi preso por mandado preventiva no Rio de Janeiro (RJ), por policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Os investigados V.P. e Arnaldo Alves tiveram os mandados de prisão cumpridos em Brasília.
A primeira fase da Sodoma foi deflagrada pela Defaz em 2015, apontando a existência de um esquema criminoso de corrupção e lavagem de dinheiro nos anos de 2013 e 2014, relacionado à concessão de incentivos fiscais, por meio do Estado, através do Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso).