“A aeronave de prefixo PR-AFA, em cujo acidente faleceu seu presidente, Eduardo Henrique Aciolly Campos, nosso candidato à presidência da República, teve seu uso – de conhecimento público – autorizado pelos empresários João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira”, informou o partido.
Reportagem publicada no último domingo (24) pelo jornal “Folha de S.Paulo” afirmou que a Polícia Federal (PF) apuraria se aeronave que caiu com o ex-governador de Pernambuco foi comprada com dinheiro de caixa 2 de empresas ou do próprio PSB. Além disso, reportagem do jornal "O Globo" apontou suspeita de irregularidade na cessão da aeronave para a campanha eleitoral de Eduardo Campos.
No entanto, a PF divulgou nota nesta terça para informar que só investigará suposto uso de caixa 2 na compra do jato particular se houver solicitação ou autorização da Justiça Federal. Segundo o comunicado, a corporação abriu inquérito no último dia 13 apenas para apurar as causas do acidente aéreo que provocou a morte de Campos e de outras seis pessoas em Santos (SP).
De acordo com um registro na Agência Nacional de Avião Civil (Anac), a empresa AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda, de Ribeirão Preto (SP), havia comprado o jato que conduzia o presidenciável do PSB por um arrendamento operacional, que é um leasing, uma espécie de financiamento.
Após o desastre aéreo, a empresa AF Andrade enviou para a Anac um documento, informando que tinha repassado o avião para o usineiro pernambucano João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho – amigo de Campos – em maio deste ano, período em que o jato passou a ser usado na campanha presidencial do PSB.
O mesmo documento explica que as empresas BR Par Participações e Bandeirantes Pneus, de Apolo Santana Vieira, se apresentaram para assumir o financiamento junto à Cessna, a fabricante da aeronave. Em nota, a Bandeirantes Pneus disse que teve interesse na compra do jato, mas que não realizou a operação.
Na nota divulgada nesta tarde, o PSB informou ainda que o recibo eleitoral sobre o uso da aeronave seria emitido após a campanha presidencial, uma vez que, segundo o partido, os custos só poderiam ser calculados, por “pressuposto óbvio”, após o período em razão das horas de voo que seriam utilizadas no decorrer da campanha.
Veja a íntegra da nota divulgada pelo PSB:
O Partido Socialista Brasileiro esclarece:
A aeronave de prefixo PR-AFA, em cujo acidente faleceu seu presidente, Eduardo Henrique Aciolly Campos, nosso candidato à presidência da República, teve seu uso — de conhecimento público — autorizado pelos empresários João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira.
Nos termos facultados pela legislação eleitoral, e considerando o pressuposto óbvio de que seu uso teria continuidade até o final da campanha, pretendia-se proceder à contabilização ao término da campanha eleitoral, quando, conhecida a soma das horas voadas, seria emitido o recibo eleitoral, total e final.
A tragédia, com o falecimento, inclusive, de assessores, impôs conhecidas alterações tanto na direção partidária quanto na estrutura e comando da campanha, donde as dificuldades enfrentadas no levantamento de todas as informações que são devidas aos nossos militantes e à sociedade brasileira.
Brasília, 6 de agosto de 2014
Roberto Amaral, presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro