Segundo informações divulgadas pelo site da Agência Italiana de Notícias (ANSA), a sentença foi dada em primeira instância por um tribunal de Brescia, no norte do país, após cinco horas de audiência e mais quatro de deliberação dos juízes. Mas o réu ainda pode recorrer da decisão.
O corpo da uberlandense Marilia Rodrigues foi encontrado um dia após o assassinato no escritório da empresa em que trabalhava. A jovem apresentava ferimentos na nuca e no rosto. No local ainda havia forte cheiro de gás.
Na última segunda-feira (14) a mãe de Marilia Rodrigues, Natália Maria da Silva, viajou para a Itália para acompanhar a sentença. A reportagem do G1 entrou em contato com ela para saber mais sobre a condenação, e aguarda retorno.
Em conversas anteriores com a reportagem, Natália Silva disse que nada traria a filha de volta, mas que não abria mão da Justiça. Ela também acrescentou a importância da divulgação do fato para que outras tragédias semelhantes não aconteçam.É uma situação triste e que dói muito ao ser relembrada. Minha filha era uma pessoa honesta, batalhadora e que saiu de casa para trabalhar e estudar e teve um triste fim, disse.
Ainda segundo o site, Marilia Rodrigues era amante do acusado. Em matéria publicada pelo G1 em setembro do ano passado, a mãe da mineira disse que sabia do relacionamento da filha com o chefe dela e que eles estavam juntos. Na época, Natália da Silva contou que o homem não dizia que estava casado, pelo contrário, afirmava para a jovem que estava separado.
Prisão do acusado
Claudio Grigoletto foi preso logo após as primeiras investigações da polícia. Ele confessou ter matado a brasileira. No mês passado, a ANSA divulgou parte do depoimento de Claudio Grigoletto sobre a morte da mineira. O empresário afirmou que a motivação do crime foi uma discussão sobre um apartamento que eles estavam procurando. "Marília tinha uma tesoura nas mãos e tentou me atingir na garganta, então eu a peguei por um braço e a derrubei. Ela se chocou contra o batente da porta e começou a perder sangue da cabeça. Suas pernas tremiam, então eu coloquei as mãos no seu pescoço e o apertei", contou.
Segundo a ANSA, no depoimento Claudio Grigoletto disse: "Eu não queria acreditar naquilo que tinha feito, mas eu tinha consciência de tê-la matado. Quando percebi que estava morta, abri o gás da caldeira do escritório. Espalhei amônia e ácido clorídrico pelo corpo, depois peguei alguns jornais e tentei colocar fogo sobre ele", acrescentou.
Ainda no site constava que o italiano disse também que, antes de cometer o crime, pensou várias vezes em se matar por conta das dificuldades econômicas que enfrentava e porque estava cada vez mais difícil esconder o caso com a brasileira da sua esposa, com quem tem duas crianças.
G1