Um dos sócios da empresa Santos Treinamentos, Roque Anildo Reinheimer começou a chantagear e extorquir um dos donos da EIG Mercados, Valter José Kobori, a pagar-lhe uma taxa mensal de R$ 50 mil ou ele usaria sua proximidade com os deputados para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os esquemas em operação entre Detran e Assembleia, sob o comando de Mauro Savi, apontou o Ministério Público Estadual (MP).
As informações fazem parte da denúncia do MP contidas no pedido de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e se referiam à preocupação de Reinheimer com possível término do contrato que sustentava o pagamento das propinas desde os tempos do governo Blairo Maggi (PR), continuaram nos do sucessor Silval da Cunha Barbosa e chegaram ao atual governador Pedro Taques (PSDB), com anuência e conhecimento do então chefe da Casa Civil e primo dele, Paulo Cesar Zamar Taques.
Paulo Taques, o deputado estadual Mauro Savi (DEM), Roque Anildo, Claudemir Pereira dos Santos, Valter José Kobori e Pedro Jorge Zamar Taques estão presos desde ontem (quarta-feira, 9) como resultado da Operação Bônus, segunda fase da Operação Beberé, que desbaratou o esquema no Detran.
Anildo Reinheimer fez denúncias aos deputados Oscar Bezerra (PV) e Guilherme Malouf (PSDB), ainda segundo apontamento do MP. Todos esses documentos foram apreendidos durante as investigações na casa do empresário. Reinheimer também produziu uma minuta de denúncia para o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco).
Reinheimer continuou exigindo que os pagamentos fossem feitos mesmo quase um mês depois que a Operação Bereré já estava em curso. Os sócios da EIG Mercados contaram que Anildo aparece nas imagens da câmera de segurança da empresa, aonde teria ido para “exigir os referidos pagamentos nas datas de 5 de março e 7 de março de 2018”. A Bereré começou no dia 19 de fevereiro.
NOTA PÚBLICA
A assessoria jurídica do deputado estadual Mauro Savi informa que somente no final da tarde de quarta feira (9) conseguiu ter acesso à íntegra dos autos da investigação.
Por conta disso, qualquer manifestação será feita somente nos autos do processo após minuciosa análise.
Ressaltamos ainda que o parlamentar sempre se manteve a disposição para colaborar com a Justiça e esclarecer os fatos que ora lhe são imputados.
O deputado Mauro Savi confia plenamente na capacidade e imparcialidade das autoridades policiais e do Judiciário mato-grossente e tem a plena convicção de que, assegurado o seu direito de ampla defesa e contraditório, provará sua inocência.