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Empresário de Cuiabá conta, emocionado, como se superou para enfrentar a doença de Crohn

Há 15 anos o empresário Ricardo Carracedo descobriu que as fortes dores abdominais e o sangramento tinham nome: doença doença de Crohn. Durante o I Fórum de Pacientes com Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), o FOPADII Regional Mato Grosso, realizado em Cuiabá, ele fez um relato, bastante emocionado, desde o diagnóstico da doença, inúmeras internações, até a superação e enfrentamento da doença.

Ricardo Carracedo foi diagnosticado com Crohn em 2004. “Eu descobri a doença pelos sintomas. Comecei com dor abdominal e sangramento e comecei a usar um medicamento que resolveu por um tempo, a mesalazina. Depois veio a crise de novo, larguei de fumar e beber, e a doença só veio avançando”.

Houve um período em que a inflamação intestinal já não sedia mais, relata o empresário, lembrando que nesse período passou por muitas internações. “Foram dois anos internando de quinze em quinze dias sem avanços até o diagnóstico de perda do intestino”.

Ricardo, então, foi para São Paulo, onde passou por uma cirurgia para estancar uma fístula. A retirada do intestino foi adiada porque estava muito fraco. Ele retornou para se restabelecer até poder enfrentar a cirurgia, porém, já em Cuiabá, decidiu buscar ajuda de uma equipe multidisciplinar.

“Resolvi tomar uma decisão na vida. E passei a fazer tratamento não só com o gastroenterologista, mas também com coloproctologista, psicólogo, psiquiatra e nutricionista. Resolvi cuidar de mim”. Ele conta que esse tratamento multidisciplar que passou a fazer em Cuiabá foi fundamental para a reversão da cirurgia de retirada do intestino.

A superação

Até decidir enfrentar a doença com a ajuda de uma equipe multidisciplinar, Ricardo Carracedo viveu um grande drama. “De tudo o que eu passei, o pior é o sentimento de rejeição que a gente tem, porque eu não conseguia mais sair com a preocupação de ter que “carregar o banheiro nas costas”. Estava ficando complicada a minha situação, até chegar ao ponto de começar a sair de fralda, por isso, fiquei muito recluso”.

E foi com o tratamento psiquiátrico e psicólogo que o empresário conseguiu enxergar que seu sofrimento era muito causado pelo seu estado emocional. “Até que minha psicóloga me disse que eu precisava para de melindres, que eu via melindres em tudo. E na fragilidade em que eu me encontrava talvez usasse o melindre como um escudo. Tudo que falassem poderia ser interpretado como uma ofensa. A gente se penaliza e se vitimiza demais”.

Essa ajuda profissional levou Ricardo Carracedo a resolver que não era mais vítima e precisava ter o controle da situação. “Então, devagar eu comecei a retomar minha vida normal, a controlar melhor a doença, o meu melhor estado psicológico estava me ajudando a melhorar o meu estado físico”.

Durante todo esse processo, o empresário destaca a importância da participação e apoio da família. “Porque quando a gente fica nesse estado não é só a gente que adoece, mas todos aqueles que nos amam. E o acompanhamento que tive da minha família foi muito bom”.

Ele observa que a doença, no seu auge, lhe causou muitas perdas financeiras já que não estava em plena atividade e não conseguia produzir muito. Meu rendimento caiu quase que 70%, e o dinheiro que ganhava gastava muito com hospital, medicamentos.

Hoje Ricardo Carracedo está trabalhando normalmente e recuperando as perdas pouco a pouco.  Além da fundamental ajuda dos profissionais da saúde (gastroenterologista, coloproctologista, psicólogo, psiquiatra, nutricionista), o empresário faz questão de deixar um registro:

“O que me ajudou muito foi eu estar participando ativamente na igreja com trabalhos voluntários no ministério da Eucaristia, na catequese e na pastoral da comunicação, sem falar o acompanhamento que tive da comunidade sempre presente nos principais momentos; e aos domingos na praça da Igreja da Boa Morte ajudamos em um trabalho de levar alimento espiritual e o alimento a pessoas em situação de rua. Eu acho que isso também foi o que me ajudou muito: a fé e a caridade”.

Doença de Cronh

A doença de Cronh é um tipo de doença inflamatória intestinal (DII) que pode afetar qualquer parte do aparelho digestivo, desde a boca até ao ânus. Os sintomas geralmente incluem dores abdominais, diarreia (que pode conter sangue no caso de inflamações graves), febre e perda de peso, fraqueza.

Fórum regional

I Fórum de Pacientes com Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), o FOPADII Regional Mato Grosso, foi realizado dia 13 de junho passado em Cuiabá e reuniu mais de 80 participantes. O público alvo foram pacientes e familiares e para as palestras foram convidados especialistas locais e de outros estados.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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