Jurídico

Empresário da Gendoc nega entrega de propina para conselheiros do TCE

O sócio proprietário da empresa Gendoc Sistema e Empreendimento LTDA, Waldisnei da Cunha Amorim, disse que não tem qualquer conhecimento de pagamento de propina paga pelo ex-goverandor Silval Barbosa (2010 -2014) aos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), que teriam aceitado um suborno de R$ 53 milhões para não fiscalizar as obras do projeto de pavimentação de estradas, o MT Integrado; obras da Copa do Mundo e bem como aprovar as contas de governo de Silval.

Waldisnei informou no depoimento prestado durante inquérito do TCE que a propina de 20% seria para resolver pendências do então governador Silval Barbosa (PMDB), como dívidas de campanha. "Foi dito que os valores eram para resolver problemas do governador", acrescentou.

Em delação firmada junto à Procuradoria Geral da República (PGR), Silval disse que entregou notas promissórias com o montante, ao então presidente do TCE, José Carlos Novelli, para que fazer vistas grossas a eventuais irregularidades em grandes contratos.

O ex-governador disse se recordar que no segundo semestre de 2012 foi procurado por Noveli com a notícia de que ele e os conselheiros Sérgio Ricardo, Valter Albano, Antônio Joaquim e Valdir Teis queriam receber valores para garantir o bom andamento das citadas obras.

O dono da Gendoc relatou em depoimento prestado ao conselheiro substituto, Moises Maciel que, entre os anos de 2011 e 2013, foi chantageado pelos ex-secretários de Estado, Pedro Nadaf, Cezar Zílio e Pedro Elias, para pagar propina por conta de uma licitação que tinha vencido no Governo do Estado e no TCE.

A Gendoc é uma empresa especializada em Licenciamento de Programas de Computador Customizáveis. Em delação, Silval chegou a dizer que teve um encontro com Waldisnei ao lado da Arena Pantantal para resolver um problema em um dos pagamentos para o TCE.

“O combinado no início era que Waldisney devolvesse o dinheiro para Pedro Nadaf, que, por sua vez, ficaria responsável em fazer a entrega para o TCE. Nesse encontro com Waldisney o colaborador pediu para ele efetuar o pagamento diretamente para Novelli sem intermediários do Executivo, tendo Waldisney concordado, oportunidade em que ele começou a repassar 50% dos valores recebidos do Executivos para Novelli”, diz trecho da delação.

A versão do empresário vai contra o depoimento de Sival à Procuradoria Geral da República (PGR).

AFASTAMENTOS

Os conselheiros titulares do TCE, José Carlos Novelli, Waldir Teis, Antônio Joaquim, Walter Albano e Sérgio Ricardo, foram afastados pelo STF, no dia 14 de setembro de 2017 por conta da operação Malebolge, da Polícia Federal. 

As investigações tiveram início com base na delação de Silval que afirmou, junto a PGR, que os conselheiros foram subornados para a aprovação de contas do ex-governador e para dar continuidade às obras da Copa. 

Na ocasião das investigações, a PF fez mandados de buscas e apreensão nos gabinetes dos conselheiros, dá onde foram levadas pilhas e mais pinhas de computadores e documentos.

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Redação

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