Em depoimento ao Gaeco (Grupo de Ação Especial e Combate ao Crime Organizado), o empresário Leonardo Guimarães Rodrigues, proprietário da JER Construtora, confirmou existir a “cota do secretário” numa das obras licitadas pela Secretaria de Educação. A referência seria ao ex-secretário Permínio Pinto.
A citação da “cota do secretário” surgiu numa reunião realizada em outubro onde o grupo de empresários definiu quem venceria a licitação para realização de 23 obras de reforma e escola na pasta. Na ocasião, eles discutiam sobre uma obra em Alta Floresta, com valor de R$ 6 milhões.
O Gaeco afirmou que a reunião foi “conduzida” por Leonardo junto com Luiz Fernando Rondon, dono da Luma Construtora. Porém, ele afirma que a lista, onde aparecia o termo “cota do secretário”, estava em posse de Luiz Fernando, mas teria sido elaborada por Giovani Guizardi, proprietário da Dínamo Construtora e preso na operação.
No depoimento, Leonardo afirma ainda que “rompeu” com o grupo porque não concordou com a forma como Guizardi conduzia as ações. Ele disse que outros empresários também não aceitaram os termos impostos pelo líder.
Além disso, denunciou a forma como era cobrada a propina por parte do dono da Dínamo. Suspeitou ainda que ele orientava servidores da pasta a atrasar pagamentos das empresas que não compareciam com o grupo.
“Giovani disse: tudo vai se complicar pra você lá dentro, você está fora, você não vai receber, suas obras não vão sair. Que um ou dois meses após o primeiro contato com Giovani, os pagamentos que a empresa JER, a qual o interrogando é procurador, tinha direito a receber começaram a atrasar”, afirmou.
O empresário negou que tenha pago R$ 75 mil exigidos pelo arrecadador por conta do recebimento de R$ 1,5 milhão da pasta.