O escândalo que ficou conhecido como ‘Máfia dos Uniformes’ foi denunciado em agosto do ano passado, pelo empresário Djalma Silva, que trabalhava na Diana Paolucci, outra empresa alvo de investigação. À época, Silva alegou, em entrevista à revista IstoÉ, que o esquema de fraudes em kits de uniformes foi implementado por José Serra quando era governador de São Paulo e posteriormente foi importado para a Prefeitura paulistana.
As acusações de um dos envolvidos no esquema revelaram ainda que, tanto em nível municipal como no estadual, o esquema era coordenado pela Capricórnio. Consta na acusação encaminhada à PF e ao MPE-SP que Júlio Manfredini tinha acesso aos editais de licitações com antecedência e fazia alterações para beneficiar seu grupo de empresas. Depois disso, o empresário combinava preços e pagava comissões aos políticos que participavam do cartel.
Em um dos contratos, que previa o fornecimento de material escolar e uniforme para a rede municipal de educação de São Paulo, o par de tênis que seria entregue aos alunos tinha custo de R$ 14, mas foi vendido para a prefeitura no valor de R$ 47.
Além de envolvimento em cartel, nos últimos anos a Capricórnio protagonizou uma série de atrasos contratuais quanto à entrega de uniformes escolares para prefeituras de cidades paulistas. Um dos casos foi registrado, por exemplo, em São Bernardo, em 2010, quando a empresa chegou a ser multada em R$ 1,1 milhão.