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Empresário morto após soco de segurança teve carteira roubada e foi internado sem identificação

O empresário Paulo Vinícius dos Santos, de 35 anos, que morreu após ser agredido por um segurança de uma adega em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, teve a carteira roubada, segundo a defesa que representa a família da vítima.

A ausência dos documentos dificultou a identificação de Santos no hospital e o impediu de ser levado a uma unidade da rede de cobertura do plano de saúde, afirmam os advogados Gabriel Constantino e Luís Gabriel Vieira.

“Isso fez com que ele fosse conduzido para o hospital sem os seus documentos e nominado como indivíduo ‘com calça e camisa pretas’”, disse o advogado Constantino, ao Estadão.

“O cartão do plano de saúde dele estava na carteira e por isso, no lugar dele ser levado para o hospital particular que atendia o seu plano, ele foi levado ao Hospital Municipal de Guarulhos”, acrescentou.

Segundo os advogados, a carteira ainda não foi localizada e não é possível afirmar se ela foi roubada antes, ou depois, da agressão sofrida.

O caso aconteceu na madrugada do último dia 20, em uma adega de Guarulhos. Imagens de câmeras de monitoramento mostram Santos em frente ao estabelecimento, quando de repente é alvo de um soco do segurança do local. O empresário, que cai imediatamente no chão, aparece inconsciente.

Os registros mostram que a vítima foi mantida na calçada por cerca de 10 minutos, ainda sem reação. O segurança e outro homem carregam Santos para outra parte da calçada, na lateral da adega, e não prestam qualquer ajuda ou atendimento.

De acordo com as investigações, o empresário ficou caído no local por duas horas e foi encontrado por outro homem, que acionou a equipe de resgate.

Santos chegou a ser encaminhado para o Hospital Municipal Guarulhos ainda desacordado, e só foi identificado no dia seguinte, após um amigo ligar para o celular dele.

A identificação foi possível graças a uma ligação feita por um amigo de Santos, atendida por uma enfermeira. A funcionária do hospital teria informado a esse colega que o empresário apresentava estado de saúde delicado, com traumatismo craniano “e que até o momento ninguém sabia de quem se tratava”, diz Constantino.

“O amigo de Santos se assustou e até achou que era uma brincadeira de alguém, mas a enfermeira disse que era sério e que se ele fosse realmente amigo dele era para ir até o hospital”, acrescentou.

Santos não resistiu aos ferimentos e morreu na última sexta-feira, 24. O segurança foi preso nesta segunda, 27, em Arujá, na região metropolitana de São Paulo. O inquérito foi instaurado por suspeita de homicídio. A defesa do funcionário não foi localizada. (Colaborou Rayanderson Guerra)

Estadão Conteudo

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