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Emboscada da Mancha: Justiça faz 1ª audiência para decidir se envolvidos vão a júri popular

A Justiça de São Paulo realizou nesta segunda-feira, a primeira audiência de instrução com membros da Mancha Alviverde, principal organizada do Palmeiras, acusados de participar de uma emboscada contra um ônibus da Máfia Azul, uniformizada do Cruzeiro, em Mairiporã, na Região Metropolitana. O ataque terminou com uma pessoa morta e outras 17 feridas.

A sessão iniciou às 11h e ocorreu de maneira virtual. A primeira etapa do processo tem como finalidade decidir se os réus vão a júri popular. Ainda não há data definida para o resultado.

Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, devem participar das oitivas 12 vítimas, oito testemunhas de acusação e 37 testemunhas de defesa para serem ouvidas. Ao todo, 20 réus respondem o processo por homicídio e tentativa de homicídio.

Além da condenação, o Ministério Público pede que o grupo seja condenado a pagar uma indenização de pelo menos R$ 10 milhões pelos danos materiais – um ônibus foi incendiado – e morais causados. Os promotores defendem que parte do valor seja direcionado às vítimas e à família de José Vitor Miranda dos Santos, que morreu de traumatismo craniano em decorrência das agressões.

“O brutal confronto causou dano moral coletivo à segurança e à paz pública da Comarca de Mairiporã, município de médio porte que se deparou com emboscada de envergadura tal que os órgãos de segurança pública do município não teriam mínimas condições de prevenir o conflito e garantir a ordem pública local, que relação alguma tinha com a briga entre as torcidas”, afirma o MP.

RELEMBRE O CASO
A emboscada aconteceu na madrugada do dia 27 de outubro, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, no sentido de Belo Horizonte. O ataque terminou com a morte de José Victor Miranda, de 30 anos. Ele integrava um grupo da Máfia Azul, organizada do Cruzeiro, de Sete Lagoas (MG). Miranda chegou a ser internado no Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã, em estado gravíssimo em decorrência de ferimentos de queimaduras e não resistiu. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que atendeu a ocorrência no dia, foi ateado fogo em um dos ônibus dos cruzeirenses.

O caso é entendido como uma “cobrança” dos palmeirenses por uma ação de torcedores do Cruzeiro contra integrantes da Mancha Alviverde em 2022, também na Fernão Dias. Na época, Jorge Luís Sampaio Santos teve sua carteirinha de sócio, documentos e cartões de créditos arrancados dos rivais durante o confronto, além de ter sido espancado e ter vídeos expostos nas redes sociais. A confusão terminou com quatro torcedores feridos a tiros.

DOS 20 RÉUS, 16 ESTÃO PRESOS E OUTROS QUATRO SÃO FORAGIDOS:

1 – Jorge Luiz Sampaio Santos: presidente da Mancha naquela ocasião do ataque à Máfia, ele renunciou ao cargo antes de se entregar à polícia e ser preso;
2 – Felipe Mattos dos Santos, o “Fezinho”: era vice-presidente da Mancha está preso;
3 – Luiz Ferretti Junior: advogado e torcedor liberado para prisão domiciliar;
4 – Jeovan Fleury Patini: preso;
5 – Alekssander Ricardo Tancredi: preso;
6 – Leandro Gomes dos Santos: preso;
7 – Diego Machado Sardella: preso;
8 – Rodrigo Santander Tosin: preso;
9 – Caio Cesar de Souza Guilherme: preso;
10 – Marcos Moretto Junior: preso;
11 – Alan de França Soares: preso;
12 – Lucas Henrique Marchelli de Lima: preso;
13 – Jesus Pedrosa de Almeida: preso;
14 – Vinicius Sales Canuto: preso;
15 – Aurélio Andrade de Lima: preso;
16 – Lucas Henrique Zanin dos Santos: preso;
17 – Neilo Ferreira e Silva, o “Lagartixa”: foragido;
18 – Alexandre Santos Medeiros: foragido;
19 – Cesar Augusto Pinheiro Melo: foragido;
20 – Renato Mendes da Silva: foragido.

Outros sete torcedores são acusados de participar do ataque, mas ainda não têm data para a realização da audiência. Ele foram denunciados por homicídio, tentativa de homicídio e provocar incêndio. Cinco estão presos (Rogério Ribeiro de Andrade, Julio Cesar Ferreira de Souza, Eder Silva Pongelupe, Maurício Ernesto Hildebrando da Silva e Thiago Amorim Melo); e outros dois estão foragidos (Tales Augusto dos Santos Alcântara e Igor Souza de Oliveira). Outras 16 pessoas são investigadas pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Estadão Conteudo

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