Internacional

Embaixadas seguem operando na Coreia do Norte

Apesar de um chamado feito pelas autoridades norte-coreanas para que os diplomatas avaliassem a possibilidade de deixar o país, em razão do aumento da tensão, depois de semanas de troca de acusações belicosas com os EUA e a Coreia do Sul.
 
As autoridades da Coreia do Norte informaram às missões diplomáticas que não poderão garantir sua segurança a partir da próxima quarta-feira, depois de declararem que um conflito é inevitável enquanto ocorrerem exercícios militares conjuntos dos Estados Unidos e Coreia do Sul, previstos para acabar apenas no final do mês.
 
Independentemente do clima na capital norte-coreana, Pyongyang, a capital sul-coreana, Seul, encharcada pela chuva, parecia calma. O trânsito continuava normal no centro da cidade, movimentado pelas compras de sábado.
 
O Brasil, que mantém uma embaixada em Pyongyang, informou na sexta-feira que o governo ainda avaliava a situação na península coreana para decidir sobre a transferência dos funcionários no país.
 
Segundo o Itamaraty, seis brasileiros vivem atualmente na Coreia do Norte, incluindo o embaixador, sua mulher e filho, um funcionário administrativo, além da mulher e filha do embaixador palestino, que são brasileiras.
 
Uma autoridade da Coreia do Sul disse que os diplomatas não estavam levando a sério a sugestão de que deveriam deixar a Coreia do Norte, segundo informou a agência de notícias sul-coreana.
 
"Não acreditamos que haja alguma missão diplomática estrangeira prestes a deixar Pyongyang", declarou a autoridade não identificada pela agência. "A maioria dos governos estrangeiros viu a mensagem norte-coreana como um meio de elevar a pressão na península coreana."
 
A Coreia do Norte tem se mostrado irritada desde a imposição de novas sanções da ONU ao país, depois de seu terceiro teste de armas nucleares, em fevereiro. Sua fúria aparentemente se agravou o os exercícios militares conjuntos dos EUA e Coreia do Sul, iniciados em 1 de março.
 
Na sexta-feira, a agência oficial de notícias da China, a Xinhua, informou que o Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte disse que a questão não era se, mas quando começaria uma guerra.
 
A maioria dos países considerou o alerta feito a suas representações diplomáticas como pouco mais do que retórica estridente, depois de semanas de ameaças de lançar um ataque nuclear contra os Estados Unidos e declarações de guerra contra a Coreia do Sul.
 
Mas a Rússia disse estar "estudando com seriedade" o pedido.
 
Um alto funcionário sul-coreano expressou perplexidade.
 
"É difícil definir qual seria a sua real intenção", disse o funcionário, que pediu para não ser identificado.
 
"Mas podem ter intensificado essas ameaças para fortalecer o regime internamente ou como resposta à comunidade internacional".
 
A Organização das Nações Unidas afirmou que seus funcionários da área humanitária permanecem ativos em toda a Coréia do Norte. No entanto, o secretário-geral da entidade, Ban Ki-Moon, disse estar "profundamente preocupado" com as tensões, intensificadas desde a imposição de sanções da ONU contra a Coreia do Norte por seu teste nuclear em fevereiro.
 
O apelo feito aos diplomatas se seguiu a reportagens na Coreia do Sul afirmando que o Norte, dirigido por Kim Jong-un, havia mudado a posição de dois mísseis de médio alcance para um local em sua costa leste. Isso levou a Casa Branca a dizer que os EUA "não seriam surpreendidos" se o Norte for palco de mais testes de mísseis.
 
Kim Jong-un é o terceiro membro de sua dinastia familiar a governar a Coreia do Norte. Ele assumiu em dezembro de 2011 após a morte de seu pai, Kim Jong-il, que encenou confrontos com a Coreia do Sul e os Estados Unidos durante seus 17 anos de governo.
 
A Coreia do Norte sempre condenou os exercícios militares realizados pelos EUA e seus aliados sul-coreanos, mas sua reação tem sido especialmente virulenta este ano.
 
Fonte: Brasil 247

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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