Cidades

EMAU Motirô realiza primeiro projeto com comunidade

Ainda desconhecida da maioria da população, a Lei de Assistência técnica nº 11.888/2008 garante que os brasileiros que ganham até três salários mínimos tenham assistência técnica gratuita para fazer projetos de construção ou reforma em casa. Imbuídos nesse conceito de democratização da arquitetura o Emau Motirô – escritório de arquitetura da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – realiza seu primeiro projeto em parceria com comunidade entres os dias 20 e 27 de junho.

A primeira construção do Motirô será um parque recreativo para as crianças da Escola Municipal Bianka Lorena Capilé do Assentamento Sadia III, situado a 30 km de Várzea Grande. O local abriga atualmente cerca de 500 famílias. 

“A prática do Motirô questiona em diversos sentidos a atuação do mercado atual de Arquitetura e Urbanismo e a formação, que é muito voltada para as classes mais altas. Estamos questionando e formando profissionais para trabalhar na área de assistência técnica com comunidades de baixa renda, e também informando a população sobre a importância do acompanhamento técnico das obras, que hoje é garantido por lei”, declarou Elizabeth Othon, estudante de arquitetura e integrante do Escritório.

Uma das características da iniciativa é o processo participativo, que busca desmistificar a arquitetura e fazer com que as pessoas se vejam capazes de tomar as decisões de projeto e execução. O escritório realizou, entre os meses de março e junho, atividades lúdicas de forma que as crianças fizessem a análise do uso do terreno e elaborassem propostas projetuais para o parque recreativo.

Os integrantes são em sua maioria estudantes, sendo seis alunos e duas professoras e profissionais da área de engenharia e arquitetura. Junto à construção também ocorrerá um evento nacional sediado pelo Motirô, o Seminário Nacional de Escritórios Modelos de Arquitetura e Urbanismo (Senemau). No evento cerca de 150 estudantes de todo o Brasil se reunirão entre os dias 20 e 27 de junho para discutir sobre “o direito à cidade para além do espaço urbano”.

A construção do Parque Recreativo se dará por um mutirão autogestionado juntamente com a comunidade dos assentamentos do entorno da escola e com a colaboração dos estudantes que participarão do Senemau.

Serão utilizados materiais reciclados na obra, como pallets de madeira, caixas de feira, cordas e pneus. Interessados em doar podem contatar diretamente os membros do Motirô através do e-mail motiroufmt@gmail.com ou no telefone 65 81264569 (Elizabeth). Podem ser doados materiais de construção como ferragens, cimento, tintas, ripas de madeira, ferramentas (martelo, lixadeira, cavadeira), e também mantimentos e materiais de limpeza.

Bruna Gomes

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