Foto Ahamd Jarrah
O deputado Emanuel Pinheiro (PR) fez um pedido de vistas para o projeto de Política Estadual de Mudanças Climáticas e travou a votação mais importante, nesta semana para o governador Pedro Taques (PSDB). A manobra tem o objetivo de convocar uma reunião com o poder executivo, para negociar o fim da greve dos servidores do Departamento de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT).
A atitude atrasará outros 4 projetos, que estavam na pauta desta terça-feira (1), mas o líder do governo deputado Wilson Santos (PSDB) retirou as matérias por causa da decisão do republicano. Pinheiro disse que a greve já atingiu o Estado e a população. “O trancamento de pauta é usado somente em casos extremos e é uma ação legitima, republicana e de defesa da sociedade. É inadmissível, que em um mês de greve e milhares de usuários estão sendo prejudicados diariamente, nós não nos manifestarmos. Fincado quietinhos fingindo que nada está acontecendo. O Detran arrecada R$ 1,5 milhão por dia, dinheiro que está deixando de entrar para os cofres públicos. Está na hora e de forma madura, responsavelmente e de forma respeitosa sentarmos a mesa de negociações. Temos que promover essa ponte entre o sindicato dos servidores e o governo e de uma vez por todas – avançado e recuando, ambas as partes, para votar um denominador comum e voltar aos trabalhos", argumentou. Emanuel disse ainda, que não pretende obstruir as matérias, mas colocar fim ao impasse entre governo e grevistas.
Decisão de governo
Com o argumento de ter extrapolado a Lei de Responsabilidade fiscal (LRF), o govenador Pedro Taques disse, na manhã desta terça-feira (1º), que não irá atender a solicitação do sindicato. "O que o cidadão está perguntando é em um ano quatro greves no Detran. Eu nunca vi quatro greves em outros anos quando a corrupção fazia parte do Detran", diz Taques.
O gestor mor de Mato Grosso afirmou ainda que vai continuar cortando pontos dos servidores. "O Estado fez a proposta aos servidores que não aceitaram. O Tribunal de Justiça determinou que a greve é ilegal. O próprio TJ estabeleceu multa e determinou o corte de pontos, e esse corte de pontos está sendo feito conforme determina a lei. Greve é um direito constitucional, mas greve ilegal eu não concordo", confirmou Taques durante visita as obras do novo pronto-socorro de Cuiabá.
Sindicato ‘bate o pé’ e cobra negociações
Liderados pela presidente do Sindicato dos Servidores do Detran (Sinetran-MT), Daiane Renner, dezenas de trabalhadores do órgão ‘acamparam’ na Assembleia Legislativa para que os deputados intermedeiem as negociações com Pedro Taques (PSDB). A greve já ultrapassou um mês e já foi considerada ilegal.
A categoria chegou a encerrar o movimento grevista, em uma primeira oportunidade – quando Casa Civil e Sindicato se reuniram no Núcleo de Conciliação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Todavia o governo não apresentou uma contra-proposta de contratação dos aprovados no último concurso da categoria – e os servidores retomaram o movimento grevista. Eles pedem o chamamento de 70% dos concursados, contudo o governo a revelia das negociações chamou 30 servidores e encerrou o diálogo.
