O prefeito Emanuel Pinheiro indicou, nesta sexta-feira (30), que não aceitará eventual convite da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), para ser ouvido no caso do dinheiro no paletó, com a retomada a investigação. Ele disse que o procedimento, que poderá ser retomado pela Câmara de Cuiabá, faz parte de “teatro político” e manterá a busca pela defesa judicialmente.
“O processo está na Justiça e já estou me defendendo lá. Lá eu vou poder comprovar toda farsa e toda injustiça e somente lá, nesse episódio anterior ao mandato de prefeito. Aqui fora, na Câmara, isso é só um teatro político. Eu se agisse diferente toda vez que esse assunto volta à mídia, Cuiabá teria parado”, disse ele entrevista à TVCA.
Na semana passada, a Justiça determinou que a Câmara de Cuiabá nomeie novos membros para a comissão e que a investigação seja retomada. O juiz da 4ª Vara Especializada de Fazenda Pública, Wladys Roberto Freire do Amaral, acatou recurso do vereador Diego Guimarães (PP), protocolado em março deste ano. Ele afirma que a composição original da CPI havia sido designada para beneficiar o prefeito, criando vício de investigação.
Hoje, Pinheiro disse que a montagem da CPI é uma assunto “intra corpus” da Câmara e não irá interferir em caso. “É um assunto interno da Câmara de Cuiabá. Eu não interferi para criar, não interferi no funcionamento, não interferi na judicialização e não vou interferir nas decisões judiciais”.
A CPI do Paletó foi instalada no fim de 2017 no bojo do impacto da delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (sem partido). Ele delatou que pagou propina a deputados estaduais durante seu mandato (2010-2014) para que as contas de governo fossem aprovadas. O prefeito Emanuel Pinheiro aparece num vídeo, dentre outros parlamentares, colocando dinheiro em seu paletó, supostamente da propina.
A suspensão ocorreu em março de 2018 pelo juiz da 4ª Vara Pública, Paulo Márcio Soares de Carvalho, por causa da coleta de assinaturas a favor da comissão após a instalação. Compunha o grupo, Adevair Cabral (PSDB), Mário Nadaf (PV) e Marcelo Bussiki (PSB).
Com a decisão da semana, o presidente da Câmara, Misael Galvão (PSB) terá escolher novos membros da lista com Diego Guimarães (PP), Felipe Wellaton (PV), Abílio Junior (PSC). Marcelo Bussiki (PSB), Sargento Joelson (PSC), Dilemário Alencar (PROS) e Toninho de Souza (PSD).
Conforme a assessoria de imprensa, até a manhã desta sexta-feira a notificação judicial não havia chegado à Câmara.