O prefeito Emanuel Pinheiro cobrou o convite a delegados citados em denúncia sobre a suposta pressão política na Defaz (Delegacia Especializada de Crimes Fazendários). A notícia foi protocolada pelo prefeito há pouco mais de três semanas na Assembleia Legislativa, e o presidente da Casa, Eduardo Botelho (DEM) já disse que o assunto ficará para o ano que vem.
“É preciso ser colocado luz nesta situação. A Assembleia precisa convocar, de uma vez por toda, ou pelos convidar os dois delegados, até pra que eu tire essa dúvida. Tudo o que eu mais quero é estar enganado [sobre a influência externa na delegacia]”.
Na sexta-feira (13), o delegado Lindomar Tofoli ingressou um mandado de segurança contra sua transferência da Defaz para a Diretoria Metropolitana de Cuiabá. Pinheiro diz que a base do recurso foi a carta denúncia protocolada por ele no Legislativo.
Lindomar Tofoli e Anderson Veiga, também delegado da Defaz, são citados como os servidores que teriam sido pressionados a direcionar a investigação da compra de votos na Câmara de Cuiabá contra Emanuel Pinheiro. Eles foram transferidos da Delegacia Fazendária horas após a divulgação da denúncia do prefeito.
“Eu não sei por que [os delegados não foram convocados]. Eu estou falando constantemente com a deputada Janaína [Riva, MDB], com Lúdio Cabral (PT) e o Max [Russi, PSB]. É necessário que os delegados falem”.
Eduardo Botelho disse há duas semanas que convocará o diretor-geral da PJC (Polícia Judiciária Civil), delegado Mário Dermival Aravechia de Resende, para ser ouvido na Assembleia. Lúdio Cabral deverá chamar os outros dois.
Mas, por causa da “pauta cheia” na reta final do ano, o espaço para oitiva dos delegados só será aberto na retomada dos trabalhos e a partir de janeiro.
Ainda em relação aos conflitos em torno do caso, o prefeito desviou da pergunta sobre a posição do vereador Abílio Júnior (PSC), que, na semana passada, disse não desconsiderar a hipótese de a servidora que denunciou o caso de suposta compra de votos ter mentido.