O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), garantiu que pedirá mais doses extras de vacinas ao Ministério da Saúde após a confirmação de que integrantes das seleções da Colômbia e Equador, que jogaram em Cuiabá pela Copa América, em junho passado, carregavam uma nova variante da Covid-19, até então inédita em território brasileiro.
Conforme a matéria veiculada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira (12), a cepa B.1.621 foi identificada na Capital mato-grossense durante o evento. Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde informou que “os casos positivos para covid-19 seguiram as recomendações de isolamento e foram monitorados pela equipe da Vigilância Epidemiológica do município de Cuiabá”.
O gestor criticou a realização dos jogos da competição internacional em Cuiabá durante a pandemia e afirmou que não foi consultado pelos organizadores do torneio durante as conversas para planejar as medidas de biossegurança ou mesmo a implantação de barreiras sanitárias para conter o avanço do coronavírus.
“A decisão se limitou ao governo federal, estadual e à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O município teria de ter sido ouvido e quem paga as consequências, agora, são os munícipes. Eu gritei no deserto, pedi. Fizeram ouvidos moucos ao pleito. Dezenas de vezes, defendi que a estratégia – nesse momento – era desaconselhável. Tentei criar uma contrapartida, já que para o gestor da capital não foi concedido o direito de Cuiabá opinar. E essa seria a compensação, receber doses extras”, finalizou.
Ele relembra que mesmo com intensas tratativas junto ao Ministério da Saúde e Casa Civil, e após a sinalização positiva, Cuiabá não recebeu o reforço. “As pesquisas já indicavam o risco de novas variantes. Em defesa das pessoas, eu e o deputado federal Emanuel recorremos ao governo federal. Mais do que justo seria que nossa população recebesse uma compensação. No caminho, percebemos que em detrimento de nossa gente, sofremos com um intenso boicote”, declarou.
Monitoramento:
Os dois integrantes das delegações da Colômbia e Equador foram monitorados pela equipe médica das delegações. Os protocolos de isolamento foram adotados e os dados coletados pela equipe da Vigilância Epidemiológica do município de Cuiabá foram repassadas diariamente ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde Nacional.
Os pacientes se mantiveram isolados em quartos individuais do hotel e, durante toda a permanência em Cuiabá, ficaram assintomáticos. Após a quarentena, os mesmos receberam atestados que os liberaram para retorno ao país de origem.
Se necessário, a Vigilância Epidemiológica pode realizar uma investigação com realização de exames em todos os trabalhadores do hotel, que tiveram contato com os quartos utilizados para quarentena.