Em Cuiabá, médicos do Sistema Único de Saúde e das unidades particulares paralisam as atividades ao meio-dia. De acordo com a presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM-MT), Dalva das Neves, só serão realizados atendimentos de urgência e emergência.
A partir das 14h, os profissionais seguem em passeata, que sairá da sede do Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) e seguirá até a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), terminando na Assembleia Legislativa (AL-MT).
“Queremos melhores condições de trabalho, necessitamos de infraestrutura física para trabalhar”, declarou a presidente do CRM. Dalva ainda afirmou que a falta de medicamentos e exames nas unidades de saúde da Capital e do interior está insustentável.
As ações de protesto foram definidas em assembleia realizada no final de junho, em São Paulo, e que resultou na elaboração de uma Carta Aberta aos médicos e à população brasileira, que explica: “a reação das entidades médicas simboliza a resistência dos profissionais e dos cidadãos ao estado de total abandono que afeta a rede pública”.
PEC 454
Os profissionais médicos buscam também a aprovação imediata da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 454/2009, que cria a carreira médica nos serviços públicos federal, estadual e municipal, semelhante à de juízes e promotores. A justificativa é de que esta medida evitaria a necessidade de importação de médicos sem aprovação do Revalida e, dessa forma, zelaria pela saúde da população.
“Os médicos não podem ser importados, sem passar pelo exame de revalidação de diploma. Muito menos com a justificativa de atender somente a população mais carente. Quer dizer que o Brasil agora vai ser separado em categorias? A dos pobres e a dos ricos?”, questionou a sindicalista.
Ao longo desta semana, estará disponível o site SOS Saúde, onde médicos, profissionais da saúde e a população poderão apresentar denúncias (com relatos, fotos e filmes) sobre a situação precária da rede pública em todo o país.
Camila Ribeiro – Da Redação
Foto: Pedro Alves
