Jurídico

Em semiaberto, Nadaf trabalha para Fernando Mendonça

Ex-secretário onipresente nos governos Blairo Maggi e Silval Barbosa e hoje em regime semiaberto, após promover uma delação premiada em que entrega os dois ex-chefes mais vários empresários e políticos, Pedro Nadaf usa tornozeleira eletrônica e agora trabalha em uma das empresas de outro envolvido na mesma Operação Ararath, Fernando Mendonça.

Nadaf, além da delação, devolveu algo em torno de R$ 17 milhões ao Estado. Advogado, Nadaf empresta suas habilidades ao Atacado Mendonça ou Vale Formoso Distribuição Ltda (razão social da empresa), localizada em Várzea Grande.

Fernando Mendonça foi envolvido na investigação perpetrada pela Polícia Federal devido aos negócios mantidos por ele com outro empresário de mesmo sobrenome e também delator, Júnior Mendonça, com quem Silval Barbosa disse à justiça e imprensa que pegava dinheiro a mando do atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), nos tempos em que Blairo e Silval sucederam-se como governadores de Mato Grosso.

Secretário das áreas de fomento industrial e desenvolvimento tecnológico, Nadaf citou 48 crimes protagonizados por ele durante as gestões Maggi e Barbosa; do segundo, ele chegou a ser chefe da Casa Civil.

De acordo com o relatado pelo próprio Silval Barbosa, Pedro Nadaf e outros, os Mendonça sempre trabalharam próximos a gestões públicas pagando propinas a políticos para obter incentivos e isenções fiscais para a abertura e manutenção de empresas, obtenção de contratos, direcionamento de licitações, superfaturamento de serviços prestados e bens fornecidos, desvio e lavagem de todo dinheiro amealhado nesses esquemas.

Tudo está no bojo de confirmações da chamada delação monstruosa do ex-governador Silval Barbosa, nas palavras do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. O ex-juiz carioca também homologou, em março de 2017, a delação de Pedro Nadaf.

No acordo com a Justiça realizado com anuência da procuradora da República em Mato Grosso Vanessa Zago Scarmagnani, Nadaf teve que devolver 27 imóveis e outros R$ 484,5 mil em dinheiro, mais repasse dos valores de aluguel de nove outros imóveis.

Nadaf também está comprometida a repassar outros R$ 578 mil à União divididos em cinco parcelas anuais de R$ 115,6 mil (mais juros e correção) até setembro de 2021. Como benefício, a pena foi abrandada com redução de 2/3 da pena conseguida por Nadaf em ações penais resultantes das operações Ararath, Sodoma e Seven.

Redação

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