Em recado ao prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), com quem disputa o posto de presidenciável tucano, o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), definiu o "novo" na política como quem fala a verdade e defende o interesse coletivo.
"Primeiro, é falar a verdade. Olhar nos olhos e as pessoas poderem acreditar. Segundo, é defender o interesse coletivo, que é órfão. As corporações tomaram conta do lado estatal e do privado. Os dois lados perdem", disse Alckmin nesta segunda-feira (4).
Em 2016, Doria foi eleito prefeito, com seu apoio, com imagem de "novo", dizendo ser gestor, e não político, e com discurso privatista.
Doria nega que pretenda disputar a Presidência, mas mantém agenda nacional e irrita aliados de Alckmin.
"Às vezes, tem muita tergiversação. Em Porto Alegre, me perguntaram o que é o novo na política. Idade? Acho FHC novo. É não ter mandato?", questionou.
"Quero, sim, ser candidato, mas não depende de mim, depende do coletivo, do partido", afirmou. Apesar da estocada no pupilo, Alckmin fez fala mais ácida do que é de seu costume ao mencionar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
O governador paulista lembrou que foi candidato em 2006, quando perdeu para Lula, que se reelegeu. "Aí não tem jeito. Até a Dilma se reelegeu. É covardia", disse, para riso da plateia.
Mais uma vez, Alckmin pregou "pacificação" nacional. "A política exige civilidade. Isso aqui não é um filme de cowboy. O Brasil precisa pacificar um pouco. É muita crise, muita crise! A grande mensagem é oportunidade: a mãe saber que o filho vai ter emprego".
Ele disse que tem ouvido economistas para preparar a candidatura e citou nomes como Armínio Fraga, Pérsio Arida, José Roberto Mendonça de Barros, Roberto e Eduardo Giannetti, este que atuou com Marina Silva (Rede), além de Mônica de Bolle.