Foto Ahmad Jarrah
Todos os meses, na hora ir ao supermercado, o dilema é o mesmo, especialmente quando é preciso contar bem o dinheiro e, ainda assim, levar tudo da lista de compras.
Um dos grandes vilões dos bolsos brasileiros é o supermercado, que pode chegar a consumir até 58% do orçamento familiar mensal, variando de acordo com o número de familiares e orçamento familiar.
Fala-se muito em custo da cesta básica, média de preço, pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – que não contempla Cuiabá em sua pesquisa – e nos números do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que realiza pesquisas sobre o custo da cesta básica na capital, mas o que realmente interessa para o consumidor não é saber se a comida está cara ou barata em Cuiabá ou Curitiba ou Alagoas. O que o consumidor realmente quer saber é onde ele pode comprar e economizar.
Melhor que isso: que mercado “cabe no bolso” de cada um.
A reportagem do Circuito Mato Grosso fez uma pesquisa in loco em quatro supermercados da cidade, avaliando alguns itens de consumo comum – não necessariamente da cesta básica – avaliando e comparando os preços.
Para que houvesse lisura na pesquisa, a visita aos supermercados foi realizada no mesmo dia, levando em consideração produtos da mesma marca e/ou especificações idênticas.
A pesquisa revelou que, além da variação de valores, há também variação de marcas, de um supermercado para outro.
Os itens pesquisados foram contrafilé, filé mignon, pão francês, laranja pera, tomate, bolacha Mabel, Diamante Negro 150 gramas, arroz Tio Urbano, feijão Urbano, trigo Sol, Café Brasileiro, Yakult, amaciante Confort 2 litros, detergente Ypê, sabão Omo 2 kg, creme dental Colgate total 12 de 90 gramas, óleo de soja Liza, Coca-Cola 2 litros, Margarina Qualy de 500 gramas e leite Lacbom.
Foram analisados 21 itens nos supermercados Big-Lar, Extra, Comper e Compre Mais.
A diferença chegou à média de 22% no valor total dos itens, entre o mais barato e o mais caro. Liderando os preços baixos ficou o supermercado Compre Mais, com valor de R$ 165,04, seguido do Comper, que totalizou R$ 184,17. No Extra o total dos itens somou a quantia de R$ 199,74 e no Big-Lar o valor foi de R$ 213,77.
Muitos produtos tinham preços similares, outros variavam pouco, mas alguns tinham diferenças gritantes, como o sabão em pó, que aumentou até 55% entre um mercado e outro.
Outro exemplo é o filé mignon, que variou até 58%, custando R$ 29,00 no Compre Mais e R$ 45,90 (uma das marcas) no Big-Lar.
PRODUTOS MAIS CAROS
Segundo o Dieese, o mês de junho teve aumento da cesta básica na média nacional. Foi o segundo mês a apresentar aumento, chegando a R$ 402,05 em São Paulo e R$ 277,16 em Aracaju.
Já em Cuiabá, segundo o Imea, até fevereiro houve aumento anual de 15%, em 13 itens que são analisados pelo Instituto, variando de 298,4 para R$ 344,3, se comparado com o mesmo período do ano passado. Os itens que fazem parte da pesquisa são: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão francês, café em pó, banana, açúcar, óleo e manteiga.
Até abril desse ano, segundo o Imea, o valor da cesta básica com os 13 itens custava R$ 351,70, enquanto em março de 2014 os mesmos itens saíam por R$ 335,20.