"Vamos tomar providências em relação ao abrigo clandestino, porque se eles [idosos] estavam desnutridos é porque não existia a alimentação necessária para eles. Tem que haver um atendimento individualizado nos abrigos, porque não pode ser como em um quartel, onde todos vestem as mesmas roupas e comem os mesmos alimentos, é preciso ter um atendimento diferenciado para cada um dos idosos", afirmou a promotora de Justiça, Salete Búfalo Poderoso.
Segundo a promotora que apura o caso, a proprietária do abrigo ainda não foi localizada. Ela disse já ter requisitado da Polícia Civil a instauração de um inquérito policial para que os responsáveis sejam responsabilizados e tenham até mesmo a prisão preventiva decretada. "Foram cometidos crimes, como cárcere privado, por exemplo, porque recebemos informações de uma pessoa que foi no abrigo à noite de que o local estava trancado e os idosos estavam sozinhos. Não sabemos nem se deixavam comida para esses idosos", disse.
A promotora ainda alertou para a responsabilização das famílias dos idosos, que têm obrigação de ampará-los. "A família tem responsabilidade em relação aos idosos. Isso é muito grave. É preciso haver um vínculo familiar, tanto que os familiares devem visitar o idoso no abrigo e se não fizerem isso o abrigo deveria informar o Ministério Público, porque a família tem obrigação de cuidar dos seus idosos", reforçou.
Os idosos foram resgatados do abrigo há um mês e, decorrido esse prazo, o MP deve acionar as famílias para que sejam tomadas providências.
Os colchões estavam no chão dos quartos, que não têm luz, nem ventilação. Uma das internas relatou que não há cuidadores suficientes para atender todos os que estão no abrigo e eles seriam agressivos. Em um dos quartos, a equipe de fiscalização encontrou roupas sujas de homens e mulheres espalhadas pelo chão com forte odor.
G1