“Vejo uma grande parceria entre nós e um espírito de cooperação, que tem de imperar nessas horas. Nessas horas, temos que esquecer que temos divergências políticas, ou que somos de partidos distintos, ou que um torce para um clube de futebol ou para outro clube. Nós temos que atuar como um organismo salvando a população, para isso fomos eleitos”, disse.
Dilma falou após reunião de coordenação, no aeroporto de Governador Valadares, com a presença de ministros e do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia. As prefeituras que têm o estado de calamidade reconhecido recebem um cartão para fazer gastos emergenciais.
“Assim que a prefeitura decreta estado de calamidade ou de desastre, recebe esse cartão e pode fazer pequenos gastos, como arrumar uma ponte que caiu e está isolando um bairro. Pode também tomar medidas como providenciar água, contratar limpeza de ruas. Superar a questão da burocracia”, explicou Dilma.
A presidenta lembrou o trabalho do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais e os mecanismos de alerta como pluviômetros, radares e mapeamentos de riscos nos municípios para avisar a população sobre algum evento natural. “Muitas vezes, conseguimos, muitas vezes, não, mas vamos lutar para conseguir”. Dilma ressaltou ainda a importância do trabalho da Defesa Civil federal e dos estados e municípios, no resgate de pessoas em áreas de risco.
Dilma citou também a distribuição de kits de limpeza e de cama, mesa e banho. Segundo a presidenta, a reconstrução de casas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida e de pontes, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), terá que ser feita depois que as chuvas acabarem. “Se eu começar a construir uma ponte, vem a chuva e leva tudo, não tem sentido.”
Até o momento, a Defesa Civil reconheceu situação de emergência em 42 municípios mineiros, mas existem 41 que também foram afetados. Já foram registradas 18 mortes em decorrência das chuvas que, em áreas sem estrutura adequada de contenção, geram alagamentos, inundações e deslizamentos de terra. A última morte foi na madrugada de ontem (26) em Juiz de Fora, onde foi encontrado o corpo de uma mulher. Ela estava dentro de uma casa que desabou.
Quase 10 mil pessoas tiveram de deixar suas casas em Minas Gerais. De acordo com a Defesa Civil, 6.959 pessoas estão desalojadas e 2.460, desabrigadas. Mais de 7.099 casas foram danificadas e 116, destruídas. Além disso, pelo menos 229 obras de infraestrutura foram danificadas e 112, destruídas.
A presidenta embarcou hoje às 8h30 (do horário de Brasília), da Base Aérea de Salvador para Governador Valadares, um dos municípios mais atingidos pelas chuvas que caem desde a semana passada em Minas Gerais. Dilma já voltou para a Bahia, onde passará o fim de ano com a família na Base Naval de Aratu, próximo à capital do estado.
Agência Brasil