Em menos de 24 horas, Cuiabá foi duas vezes a cidade mais quente do planeta, de acordo com a plataforma Hot Cities, que monitora as temperaturas em cidades ao redor do mundo em tempo real. O site utiliza dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
As temperaturas são enviadas pelos órgãos meteorológicos oficiais de cada país. No caso do Brasil, a fonte é o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Com base nos números, o site determina o ponto mais quente no globo. Segundo a plataforma, às 21h da segunda-feira (28) e às 15h de ontem (29), a capital de Mato Grosso foi o lugar mais quente da Terra, com 32,4ºC e 38,2ºC, respectivamente. Fonte dos dados, o Inpe confirmou o registro das temperaturas.
É bastante quente, considera a meteorologista do Inpe, Naiane Araújo ao checar os números na base de dados do instituto. Contudo, as temperaturas registradas seguem dentro da normalidade para a época do ano, segundo ela.
É comum por estamos na primavera e o céu estar aberto sem a ocorrência de nuvens, explica, considerando que também a chegada do verão, em dezembro. Cuiabá e Mato Grosso geralmente têm as temperaturas mais altas no inverno, entre julho e agosto, por causa da massa de ar seco, mas essa época do ano também têm máximas elevadas, diz a especialista.
Quente sim, mas não de fritar ovo no asfalto, segundo Rodrigo Marques, professor de Climatologia da UFMT. Ele reforça que é comum Cuiabá registrar temperaturas à beira dos 40ºC em novembro. As temperaturas máximas deste mês de novembro estão dentro da normalidade, afirma Marques, citando que em 2020, ano mais quente já registrado, os termômetros chegaram a 41ºC em novembro e a 44ºC em setembro.
E não é só em Cuiabá. As altas temperaturas foram registradas em boa parte de Mato Grosso. Das 20 estações meteorológicas do Brasil com as maiores temperaturas na segunda-feira (28), 11 estão no Estado. A capital aparece em primeiro com 39,6ºC. Também estão na lista Santo Antônio do Leverger, Salto do Céu, Vila Bela da Santíssima Trindade, Diamantino, Guirantinga, Pontes e Lacerda de Rondonópolis.
